sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A TV responsável

"Tu te tornas responsável por aquilo que cativas".
Será que a menina leu o "Pequeno Príncipe"?

Mexer com a cabeça de uma menina de doze anos é uma tremenda responsabilidade e a Rede Globo de Televisão fez isso hoje de madrugada no Programa do Jô.
A pequena Tayná Alves dos Santos esteve sentadinha na poltrona do Jô por alguns minutos e de desembaraçada na escola se tornou embaraçada na TV.
A menininha chegou assustada, não sabia por onde começar e o Jô foi conduzindo tudo, tentando deixá-la mais calminha, se sentindo em casa, elogiando-a ; sim, ele fez tudo conforme manda o figurino, sempre brilhantemente.
Só que não convenceu. A menina, agraciada por um projeto educativo das escolas de São Paulo, chamado Projeto Centopéia, foi dar a entrevista para falar de seus mais de duzentos livros lidos.
Tá bem, tá legal. Mas o "portuguesinho" dela é péssimo. E se ela assimilou bem tudo o que leu; não sei.
Até aí não é mérito nenhum ler nem quinhentos livros.
O lema do Projeto Centopéia é : Ler para descobrir, experimentar e criar.
É bonito e aqui vai uma prévia: http://www.udemo.org.br/RevistaPP_03_04Centopeia.htm
A menininha encerrou a entrevista ao Jô respondendo a seguinte pergunta:
O que você vai querer ser quando crescer?
Ela disse que vai querer escrever um livro sobre a vida dela, que vai querer fazer faculdade e ser jornalista.
Bem, a própria televisão se responsabilizou junto com ela e a família de daqui a dez anos pesquisar e procurar saber como estará a vida da menina Tayná.
Será que ela vai conseguir se tornar uma jornalista?
E boa ou má?
Depende da leitura. Do tipo que for. Para bom entendedor, o que ela vai ler vai fazer dela uma futura boa ou má profissional. Não adianta uma centena ou uma dezena de livros. Tem que ser coisa boa, de qualidade. Sem dúvida.
Às vezes, um livro basta para transformar a sua vida e, mais de trezentos não farão de você um alguém ou um nada.
Nem um nadinha de nada.
Resta esperar para ver.
Mas isso fica pra daqui até mais ou menos uns dez anos.
Haja tempo!
Ufa! Até lá, mil coisas já terão se transformado.
Oh, as vicissitudes do pensamento!
Bem, mas antes dessa entrevista, uma outra entrevista aconteceu, e não foi menos constrangedora.
Filomena Cautela, o nome dela. Atriz e apresentadora portuguesa vinda de Lisboa e com vergonha de aparecer na TV. Como pode isso? Ah, podendo...
A TV pode tudo. De brincar com a nossa cara e com a cara dos outros a falar sério.
E falando sério, Filomena Cautela, haja cautela e me poupe... Aonde já se viu, fazer TV e ter vergonha do que faz?
É brincar demais com a sua própria cara, não?
Porque com a nossa é que não é , jacaré.
Ir no Jô pra fazer ping pong... Por favor, né?
E a cautela, cadê ela?
Ih... Ficou esquecida em Portugal.

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