quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Sobre a falta de criatividade do corrupto brasileiro...

Eu aqui pensando em real doll, a fim de sugerir ao mundo outros parceiros, aqueles bonecos iguais a nós, masculinos ou femininos, que não falam, não pedem, não reclamam, não nos roubam, não nos matam, apenas nos fazem companhia para dormir e acordar, para nos dar o braço em viagens ou no sofá da sala assistindo TV, para não nos delatar... Um sonho real e moderno... Logo, penso em máquinas de criogenia, em coisas vindas do Japão, em inteligências artificiais da Escandinávia, dos Estados Unidos, da França, da Alemanha, dos grandes centros de estudo, das grandes empresas de engenharia, dos fabricantes de produtos com alta tecnologia, da NASA e... Por baixo e por cima dos panos, ultrapassando os trópicos capricornianos, na América do Sul, na cidade e no país onde vivo, Rio de Janeiro, Brasil, assistimos a um espetáculo do grotesco diante do acúmulo de capital; porém, em contraste com supérfluos tão mesquinhos como lanchas de luxo, geladeiras de marca italiana Ferrari, helicópteros emprestados, helipontos e heliportos particulares, malas e mochilas transportando e transbordando dinheiro em espécie a escritórios de advocacia, a resorts de pura ostentação e mansões a beira mar, (por onde andará o Beira Mar...?), verdadeiras joias e pedras preciosas compradas em lojas tradicionais que vão se queimando no mercado, seguindo os passos de políticos e suas cônjuges, obras de arte de pintor contemporâneo brasileiro, pernambucano, consagrado em Miami, fora as viagens, as festas, o casamento de fachada cujos padrinhos são ex-presidentes da República... Isso não é digno nem de uma república das bananas, é muita vergonha para uma nação só. Escracho e deboche na cara do povo, saques e falências de empresas onde antes havia o orgulho de dizer: o petróleo é nosso... Um mar de lama que não acabou no desastre de Mariana por outra empresa nacional que nos dava orgulho, mas que continua, pois a gangue criminosa ainda constrói megaempreendimentos e desafia as leis da natureza sem cuidados, sem escrúpulo, sem noção de que humildade faz bem ao homem e a natureza agradece se acaso for bem tratada. Finalmente, a operação anticorrupção veio frear e derrubar um a um neste enorme jogo de “companheiros” e não poupa os sexos, afinal, nós quisemos e vencemos: direitos iguais para ambos os gêneros! Ainda bem! Prender, apreender, aprender é preciso. Por séculos de desenvolvimento retratados historicamente, esperava-se hoje em dia mais decência e sabedoria dos corruptos brasileiros. E o que vimos? Futilidade, mediocridade e pequenez de imaginação. Isso só serviu para limitar o nosso desenvolvimento cultural e econômico. E agora, José?... No meio do nosso caminho há muitas pedras. O que vemos e constatamos: subdesenvolvimento e falta de visão, tudo obtido por eles... Orgulhosos de suas damas, deixaram rastros e esqueceram que tinham outras “preciosas” no meio do caminho, guardadas juntas, nos mesmos cofres da Ciência e Tecnologia e que paralelamente nunca foram usadas no Brasil.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

As voltas que a vida dá

Tenho incluído textos meus em outro espaço virtual dos sete blogs que possuo ao longo de dez anos. Sim, que bem me lembre, comecei esta aventura em meados de 2006, logo que me matriculei num curso de Roteiro para TV e Cinema no Rio de Janeiro. Criei e nomeei todos com nomes bem divertidos começando por este aqui, o meu maior xodó, chamado Safo. Safo de Mitilene é também conhecida como Safo de Lesbos, e foi uma poetisa do século VI antes de Cristo. Nascida na Grécia, onde vivia na ilha de Lesbos, segundo uma das versões da história desta menina mulher guerreira, ela foi e é considerada a décima musa. Safo viveu há 2.600 anos na Ilha de Lesbos, situada no Mar Egeu e sobre sua vida apenas conservamos poucos relatos. Calcula-se o seu nascimento entre os anos 630 e 612, enquanto sua morte se fecha ao redor de 570 A/C, mas sua biografia apenas consegue tomar forma com uma vastíssima informação, pois não existe nenhuma fonte histórica contemporânea sobre sua vida e seus poemas. Tudo o que sabemos dela procede de autores posteriores que não a conheceram diretamente. E isto acaba contribuindo para rodear sua figura de uma nebulosa que a situa num caminho entre a realidade e a lenda, no qual não há sinal que possa aumentar o interesse sobre sua vida e sua obra ao longo dos séculos. Grandes autores como Platão, Boccaccio, Baudelaire, Lord Byron, Ezra Pound ou Virginia Woolf sentiam por ela grande admiração. Há suspeitas de que Safo nasceu na aldeia lesbia de Eresos, e que mais tarde se mudou para a capital Mitilene. Ela provavelmente procedia de uma família nobre, abastada. Seu pai seria um próspero comerciante de vinhos chamado Skamandar, e ela teria três irmãos, todos mais novos que ela. Além de sua atividade literária e artística, Safo participou assiduamente de lutas políticas que tiveram lugar marcado em Lesbos, e enfrentou muito duramente o tirano Pítaco. Parece ter se implicado em uma conspiração para matá-lo, junto a Alceu e outros camaradas, mas que após terem sido descobertos, Pítaco ordenou que os expulsassem do território, sendo exilados. Isto ocorreu em torno do ano 593 A/C. Após o exílio, Safo fundou uma espécie de escola ou academia, ao estilo de Platão, e lá era onde ensinava arte, canto, dança e literatura para um grupo de mulheres jovens ou adolescentes e as preparava para o casamento. Parece que no ano de 1.073 D/C, o Papa Gregorio VII ordenou queimar todos os manuscritos com os poemas sáficos, considerados imorais e pecaminosos, e se perdeu para sempre uma parte de sua obra. Diante do que restou de seus escritos, sabemos que Safo rendia cultos a Afrodite, a deusa do amor e da beleza. Sua poesia se caracteriza por suavidade, intimidade e sentimento. Os versos são tão apaixonados como simples, e deixam uma clara constância de sua atração e relação com outras mulheres, mas há de se registrar que Safo também teve muitos amantes masculinos, especialmente o poeta Alceu, de que fala em seus poemas. Hoje, no nosso tempo, um colégio renomado e tradicional da cidade do Rio de Janeiro, o famoso Colégio Pedro II, informou aos jornais, revistas e toda a midia que o seu diretor está autorizando o uso de saias para homens como uniforme padrão; e sim, foi na data de hoje, dia 20 de setembro de 2016 D/C, que um diretor de escola começou a perceber a naturalidade e a possibilidade desta nova-velha tendência, o ser humano se vestindo ou se travestindo da maneira que quiser, pois isso não deve atrapalhar os estudos. Se uma coisa é uma coisa, e uma roupa, uma condição, um jeito diferente de ser, não interferir na estrutura acadêmica, no pensamento e no caráter, nos ensinamentos, na cultura, na matemática, na filosofia, na língua portuguesa ou estrangeira, nas ciências, na educação física, e nas demais matérias..., o que dizer da condenação de Safo naquela época? Enfim, há muita história não revelada em torno de Safo. Por isso quis homenageá-la aqui no meu espaço virtual. O mundo e a vida dão voltas e sempre retornam ao mesmo ponto. Jean Paul Sartre, Freud, Nietzche caem no mesmo tema da loucura da vida, param no ponto certo da reflexão onde o homem está condenado a ser livre. Para mim, a humanidade está condenada a dar voltas no mesmo lugar. Voltando aos blogs, além de Safo, também escrevo sobre o Futuro, num blog com este mesmo título. E escrevo sobre três gerações de moças, entre os vinte, trinta e quarenta anos, no blog Na-Ne-Ni, em que seus nomes começam com a letra N e são fortes: Natália, Nefertiti e Nina. Tudo muito pesquisado, pensado e repensado, porque tratar do universo feminino é assim, íntimo e particular. Um mundo infinito e criativo, onde nós, do sexo frágil, nada somos e tudo somos: nos safamos.