segunda-feira, 31 de maio de 2010

E os seus olhos, o que dizem?

O segredo de seus olhos.
Como é que a gente acredita nas pessoas? Olhando para os seus olhos. Descobrindo suas paixões.
Eu olhei, vi, acreditei e ainda acredito.
Entendi que o que é nosso está guardado.
Só não entendi na verdade, o que é nosso?
O que as pessoas pretensiosas tem que as não pretensiosas não tem?
Acho que nada. Uma ilusão talvez.
Pensam que podem demais dando foras, indiretas, se sentindo reis ou rainhas do pedaço, mas logo caem do cavalo e se mancam, ficam coxos e coxas.
Claudicantes.
Os olhos mudam e a expressão cai.
Perdem aquela pose que acharam antes em alguma vala. Pose de estrela cadente.
O universo é tão grande... Tem pra todo mundo...
A roda da vida gira e todos levantam, todos caem.
Os olhos dizem tanta coisa...
Mas nossa boca não diz nada com nada. Esta é capaz de soltar as piores mentiras acreditando serem as maiores verdades.
Talvez a escrita, as mãos, os dedos, isso sim valha mais do que as palavras profanadas pelos lábios.
O que leva uma pessoa a te procurar, depois te limar, se afastar, jurando um dia novamente te buscar...?
Não sei.
Covardia, medo?
Será que ela consegue olhar para ela mesma e entender o que ela quer e procura?
Ela sabe se olhar ou aprendeu só a olhar para os outros?
E quem está do lado, atrapalha ou ajuda?
Dá ordens, interfere, faz o que?
Mas se não é mãe nem pai, por que se mete?
Os seus olhos devem estar pedindo uma mãe que não teve, mas também clamam por uma paixão que está deixando escapar.
Não se preocupe, a paixão não escapa.
Ela dura pra sempre. É isso o que os olhos dizem.
Paixão não morre nem com trabalho de macumba. Nem com distância. Pelo contrário, fica até mais forte.
Os olhos dizem: Não tem jeito. Está sacramentado.
Assim como a canção cazuzesca: Nossos destinos foram traçados na maternidade.
Mesmo com todas as pedras e espinhos no caminho, nossos olhos dizem sim um para o outro.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

MINHA CASA ESTÁ EM OBRA

Minha casa, minha vida, minha cabeça, meu corpo.
Tudo indo, tudo se transformando.
Móveis novos, paredes novas, sala, quartos, banheiros, cozinha, tudo derrubando, levantando.
Minha coluna cervical dói, se magoou e agora pede um tempo, um alívio, um equilíbrio.
Tomo remédio, faço RPG.
Compro mochila, evito usar bolsa.
Paro com os remédios, aprendo a meditar tranquilamente, em aulas individuais.
Pensar em tudo, isso é preciso. Fora da meditação.
Pensar em nada, isso é possível. Na meditação.
Me desconstruindo para me reconstruir.
Aceitação é o primeiro passo.
Entendimento é o segundo.
Desprendimento ainda não, o momento atual e o movimento necessário para hoje não é o de me deslocar, é o de me enraizar, mas não lá fora e sim, dentro de mim mesma.

A NOVELA DO CASAL HORRÍVEL

A gente escreve ou manifesta tipos e expressões exageradas, sempre para se exibir, não tem jeito. Feios ou bonitos, cá estamos nós, nos revelando, personagens de nossas próprias histórias, sofremos, choramos, nos enganamos, nos comprometemos, nos alegramos, nos estressamos, rodamos, dançamos, nos apaixonamos.
E a paixão quando é boa, pega e fica, não descola fácil.
Mas, uma parte dessa história que um dia foi boa e terminou mal, tem um capítulo assim, comigo assistindo sentada, de camarote virtual:
VEJA QUE CASAL HORRÍVEL:
Ela é feia e ele é horripilante.
Feia porque faz uso de coisas baixas para conseguir o que quer.
Feio porque é burro, apesar de aproveitador.
Feia porque só consegue sustentar uma relação homem-mulher a base de dinheiro.
Feio porque se submete ao dinheiro que a feia o oferece todos os dias.
Feia porque se julga superior às outras, outras tantas, outras todas que já passaram e continuam passando pelo teste de cama dele.
Feio porque pensa que engana cada mulher que come, que suga, que cospe.
Feia porque acredita que pode segurar alguém a base de chantagens emocionais.
Feio porque se vende por muito pouco.
Feia porque manipula, rouba e assassina o sonho dos outros.
Feio porque se deixa escravizar e deixa que ditem as regras de seu jogo, só pelo prazer de ter um lugar para ficar, no conforto.
Feia porque pensa que pode comprar amor, gente e família.
Feio porque só reconhece a família quando a família aceita o seu papel de submisso.
Feia porque seus chifres sempre estarão na cabeça; viajando ou não, com esse companheiro, lá estarão eles, seus doces chifres.
Feio porque não tem vergonha de mentir, de usar as pessoas e de fazê-las perderem seu juízo, seu senso crítico, sua razão, quando o que elas mais queriam era apenas ajustar os eixos dele, colocá-lo na linha.
Feia porque não sabe dividir nem trocar.
Feio porque não tem capacidade de acertar.
Feia porque é toda torta, da cabeça aos pés.
Feio porque bagunça com a cabeça e com o coração de gente que está entregue e disposta a amar.
Ah! Não sou mal amada nem fui, só me bateu uma saudade! Saudade do tempo em que vivi com um cara que se dizia apaixonado e de tão apaixonado, fez as maiores loucuras por amor e as piores por dinheiro.
Estou sendo leal em não dizer os pormenores, conhecendo bem um dos dois lados, sim, fui e sou bem leal. Sobre cama, mesa, porcos e diamantes, nenhuma sujeira a revelar. E sei que esse lado calado e cheio de receios, contadorzinho de histórias, com o rabinho todo preso, me agradece.
Também estou sendo feia me preocupando com gente deprimente.
Vou mesmo é cuidar de minha vida, pra não mais cair no poço ou na fossa.
O importante hoje é saber que tudo o que temos é porque merecemos.
E quem quer saber por que o tal casal está junto?
De novo, depois de outra crise? Não!
Ninguém quer saber, mas eu, num momento negro de reflexão, digo:
Por que nesse momento, eles se merecem.
Mas até quando vão se merecer?
Nos momentos escuros será revelado que:
Se tudo passa, tudo passará.
A vida abre espaço para casais mais bonitos se encontrarem.
E sempre haverá espaço para dias e pessoas melhores.
O que vale é este aprendizado:
Se um homem diz que você pertence a ele e você acredita, estará assinando a sua sentença de escrava de um velho escravo.
O problema é a transferência do problema.
Permitir este tipo de troca de energia é se matar aos poucos.
E ninguém aqui quer se matar, acho que nem o casal doce lar.
Um doce, por dezenas de vezes fadado a azedar...
A não ser que mudem a autoria desse melodrama escrito a três braços.
E como eu queria que fosse a dois... daria um livro.

domingo, 16 de maio de 2010

ALICE, de Tim Burton

Mais um filme espetacular e em 3D!
Cinema é uma das artes mais lindas que existe.
Histórias fantásticas, com mistério, aventura, ação, emoção, fantasia, cores, figurinos, cenários, atuações, magia, pureza, leveza, ousadia, delicadeza e limite.
A mais feia arte é essa nova moda de gente que quer virar celebridade se exibindo através de vídeos-documentários onde mostram suas vidinhas mais ou menos, o dia a dia de casaizinhos apaixonados, recém-casados, bah... suas viagens, sua lua de mel, horas de felicidade e prazer, momentâneos ..., durarão até quando? Pura ostentação e falta do que fazer a não ser ficar famoso da noite para o dia, mesmo que, como previa um famoso artista americano, por quinze minutos de fama no futuro todos ficarão conhecidos .... A era da superexposição... E a que ponto o ser humano chegou, meu Deus.... tudo pela fama, tudo para provar o por que de nossa existência, tudo pela internet! E... Nossa mãe do céu, quem liga pra isso? Nem nossa família está ligando mais pra tal besteira, quem dirá quem fuça a internet! Esses, nos olham só pra comentar... O que a gente é e como a gente age por aí nos faz rir... Rimos também da cara alheia de quem também se expõe.
Pois bem, só a Alice de Tim Burton ou de Lewis Carroll consegue viajar na própria mente sendo louca, vendo gente louca e cometendo suas insanidades em conjunto com os outros, mas ela definitivamente não é digna de risadas, ela é digna de inspiração por ser uma personagem simples, sem grandiosidades, inteira na sua loucura, calma, apesar de todas as dificuldades dentro e fora de seus sonhos e por isso tão bem montada. Os loucos tentam fugir deste mundo tosco em que vivemos e por isso são pessoas boas, incapazes de maldades; mas é preciso enxergar em que categoria de loucos somos colocados, se no polo do bem ou se no polo do mal. Há loucos e os nem tão loucos assim e as aparências sempre vão tentar nos enganar. Alice não engana.