sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Dezembro, mês do fim do calendário maia e dos 10 anos sem Cássia Eller

Eu pensei Em tanto pra dizer Enquanto esperei Por esse blues, por essa luz Esse solo, Esse som, No colo de Deus (e no seu) Eu nem sei Se devo confessar Um certo segredo Uma vontade que dá De repente Um rap, um repente Acorde cordel Que cai do céu Morri de saudades Desse momento Andei tão sozinho, tão só Por tanto tempo Morri de saudades Desse momento Andei tão sozinho Por tanto tempo Por tanto tempo só

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Cazuza para pensar, para amar, para se orientar

Gosto de Cazuza exageradamente. Ele foi um gênio radical, autêntico, com um cérebro processador de luzes... velocidade... acima do comum. Admirável intelecto, militante da acidez, de opinião sincera e declarada ao mencionar tais frases, célebres pensamentos convertidos em letras de música, dono de discursos artísticos e políticos, vibrador natural, e suas masturbações mentais não deveriam jamais ser esquecidas:
QUERIDO DIÁRIO (TÓPICOS PARA UMA SEMANA UTÓPICA) Segunda-feira: Criar a partir do feio. Enfeitar o feio. Até o feio seduzir o belo. Terça-feira: Evitar mentiras meigas. Enfrentar taras obscuras. Amar de pau duro. Quarta-feira: Magia acima de tudo. Drogas, barbitúricos. I Ching. Seitas macabras. O irracional como aceitação do universo. Quinta-feira: Olhar o mundo com a coragem do cego. Ler da tua boca as palavras com a atenção do surdo. Falar com os olhos e as mãos como fazem os mudos. Sexta-feira: Assunto de família: Melhor fazer as malas e procurar uma nova. (Só as mães são felizes). Sábado: Não adianta desperdiçar sofrimento por quem não merece. É como escrever poemas no papel higiênico e limpar o cu com os sentimentos mais nobres. Domingo: Não pisar em falso. Nem nos formigueiros de domingo. Amar ensina a não ser só. Só, fogos de São João, no céu sem lua. Mas reparar e... não pisar em falso. Nem nas moitas dos metrôs, nos muros e esquinas sacanas comendo a rua. Porque amar ensina a ser só. Lamente longe, por favor. Chore sem fazer barulho.
LEMBRE-SE DE MIM Se você vir um par de sapatos, um para cima outro pra baixo. Ou um surfista elegante de sociedade. Se você sentir que está ventando demais e não tiver agradável. O vento que estava tão bom, então lembre-se de mim com minha hipocrisia. Um amor como o nosso está fadado a acabar. E eu já não tenho mais fôlego pra soprar a fogueira. Você parece barata tonta, envenenada por Rodox. E teu barato já tá muito descoordenado. E desse jeito não vai dar. Então, se você vir um tarado na escada, lembre-se de mim. Um vira-lata emocionado, lembre-se de mim. Lembre-se de nós e a nuvem alaranjada. Lembre-se de nosso amor. Com as decisões que tomamos juntos. Das nossas músicas malucas. E esse talento de tomar a cena de assalto. Pagamos o preço, por não sermos medíocres. Lembre-se disso quando for falar mal de mim. Lembre-se da nuvem e da luz alaranjada no lustre do quarto.
Saia desta vida de migalhas. Desses homens que te tratam como um vento que passou. Caia na realidade, fada. Olha bem na minha cara. Me confessa que gostou. Do meu papo bom. Do meu jeito são. Do meu sarro, do meu som. Dos meus toques pra você mudar. Mulher sem razão. Ouve o teu homem. Ouve o teu coração. No final da tarde, ouve aquela canção que não toca no rádio. Pára de fingir que não repara nas verdades que eu te falo. Dá um pouco de atenção. Parta, pegue um avião, reparta. Sonhar só não tá com nada. É uma festa na prisão. Nosso tempo é bom. Temos de montão. Deixa eu te levar então. Pra onde eu sei que a gente vai brilhar. Mulher sem razão. Ouve o teu homem. Ouve o teu coração. Batendo travado por ninguém e por nada. Na escuridão do quarto. Na escuridão do quarto.

sábado, 10 de novembro de 2012

November Rain e a falta de perspectiva misturada a um Impressionismo louco

Encarando a derrota, encarando a incapacidade, encarando a frustração, encarando o incômodo. Amanheci assim, nesta data chuvosa, de dez de novembro. E lembrei da música. Música acalma os corpos e cabeças atordoados. É uma tradução ao pé da letra da "Chuva de Novembro" dos "Armados e Rosados" Guns and Roses, mas é a que cabe aqui, neste horizonte de vastas emoções e pensamentos imperfeitos... Chuva de Novembro: "Quando olho nos seus olhos, eu posso ver um amor contido, mas querida, quando te abraço, você não sabe que sinto o mesmo?// Porque nada dura para sempre, e nós dois sabemos que os corações podem mudar, e é difícil segurar uma vela, na chuva fria de novembro...// Nós estamos nessa busca há tanto, tanto tempo, simplesmente tentando matar a dor, oh yeah...// Mas amores sempre vêm e amores sempre vão, e ninguém está realmente certo de quem está deixando partir hoje, indo embora...// Se eu pudesse pegar um tempo para deixar tudo certo, eu poderia descansar a minha cabeça, simplesmente sabendo que você foi minha, totalmente minha...// Então, se você quiser me amar, então querida, não se contenha, ou simplesmente vou terminar andando na fria chuva de novembro...// Você precisa de um tempo, só para você? Você precisa de um tempo sozinha? Todo mundo precisa de um tempo, para si, você não sabe que precisa de um tempo, sozinha?...// Eu sei que é difícil manter o coração aberto quando até mesmo os amigos parecem te machucar, mas se pudesse curar um coração partido não haveria tempo para te encantar?...// Às vezes eu preciso de um tempo, para mim, às vezes eu preciso de um tempo, totalmente sozinho. Todo mundo precisa de um tempo, para si. Você não sabe que precisa de um tempo, totalmente sozinha?...// E quando seus temores se acalmarem e as sombras ainda permanecerem, eu sei que você pode me amar. Quando não houver mais ninguém para culpar, então não se preocupe com a escuridão, nós ainda podemos encontrar um jeito, porque nada dura para sempre, nem mesmo a fria chuva de novembro...// Você não acha que precisa de alguém? Você não acha que precisa de alguém? Todos precisam de alguém. Você não é a única. Você não é a única...// Você não acha que precisa de alguém? Você não acha que precisa de alguém? Todos precisam de alguém. Você não é a única. Você não é a única...// Você não acha que precisa de alguém? Você não acha que precisa de alguém? Todos precisam de alguém. Você não é a única. Você não é a única...// Você não acha que precisa de alguém? Você não acha que precisa de alguém? Todos precisam de alguém.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Dezenove a trinta. Noves fora? Não dá conta.

Já não sei se é a Barra da Tijuca, em toda a sua extensão, ou se são os bairros do Rio de Janeiro. Um dos dois, ou ambos, estão em decadência. Neste último sábado, 20 de outubro de 2012, na virada dos ponteiros para o horário de verão do dia 21, depois de muita água desabada dos céus, busquei minha prima de 19 anos em seu trabalho de recepcionista num restaurante chique carioca. A ideia desde o início era sair para dançar.
Levei algumas peças de roupa para ela trocar. Uma calça legging preta, cheia de tachinhas, uma blusa tipo top, super justa, outra blusa de alça, estilo camisão, preta compridinha, e por fim um vestido roxinho tomara-que-caia. Nada serviu, só a legging, mas não tinha com o que combinar. Então, ela usou o vestido, que estava um pouco incômodo, com o decote caindo, e deu um jeito de colocar para compor o visual improvisado, a camisa social branca, usada antes como uniforme de trabalho. Lá fomos nós em busca de um bom lugar para balançar o esqueleto. Passamos pelas ruas mais festeiras da Barra.
Na rua das boates, a frequência estava de mal a pior. Homens com garrafas de cerveja nas mãos, bebendo o líquido pelo gargalo, desfilavam com ares de cafajeste. Os mais novos, ainda cheirando a leite, babavam ou caíam queixos ao ver passarem meninas-mulheres de tops e leggings apertadíssimos e encravadíssimos, distribuindo panfletos com propagandas de noitadas concorrentes. Quando não, eram outras meninas-mulheres que faziam fila na porta das boates, com seus microvestidinhos pretos indefectíveis, cada dia mais curtos. Será que elas compram tamanhos menores? Ou invadem o guarda-roupa das irmãs mais novas na esperança de encontrar um modelito neutro, de cor lisa, um pouco menos infantil do que aqueles floridinhos ou xadrezinhos usados pelas irmazinhas em festinhas dos amiguinhos da escola? Eu não ficaria excitada(e tenho certeza, outras mulheres também não) ao me deparar, durante o dia ou durante a noite, com um homem portando roupas de garotinho, ou do irmão caçula. Tudo curtinho e grudadinho. De onde será que a geração atual teve esse ofuscante raciocínio de que roupa sexy é aquela colada ao corpo? Não estou falando de roupa de banho e acho que nem de pedofilia, né? Cultuar carnes para o abate, de preferência filet mignon, cai melhor em açougues. Portanto, depois dessa visão do inferno, pulamos fora dali. Minha prima, de 19, e eu, na faixa dos 30 anos, concluímos que aquele cenário grotesco não era, definitivamente, a nossa praia. Então, circulamos pela orla para ver o que a maresia podia nos trazer. Trouxe nada. Tudo já estava fechando.
A noite carioca anda caidaça em matéria de lugares para dançar. Restaurantes, sim, existem alguns, mas a qualidade do atendimento é duvidosa, embora ainda haja salvação para degustações de bebidas e comidas aos paladares mais nobres. Só gostaria de saber quando surgirá um novo Redentor para agitos dançantes de nível elevado na cidade do Rio. O que vemos são luaus desorganizados (entramos num na Praia da Reserva, assim que deixamos a orla da Barra, que estava às moscas), e nestes ou nesse luau, uau, conseguimos penetrar por um vão da cerca onde os seguranças (de araque) não se encontravam. Estariam também bêbados, como muitos dos "encurralados" com seus tênis sujos, bonés e bermudas cafonas, com as periguetes rebolativas de plantão, juntamente com os flashes de suas máquinas fotográficas e as luzes azuis neon, saídas diretamente do centro da tenda, ao som de... funk. Fomos parar num luau de funkeiros. Saímos depressa dali, pelo mesmo buraco de cerca que achamos. Voltando para o carro, estacionado em frente a um trailer, assistimos uma cena animalesca. Um casal transando à vista de todos os pedestres e motoristas. Praticamente dois animais copulando. Estavam nos fundos do quiosque, ela, sentada em cima de uma montanha de cadeiras de plástico, ele, de pé, no comando e ao ataque. Minha prima perguntou: - Nossa, mas por que não foram fazer isso ali embaixo, na areia da praia? Respondi que eles, tal como os bichos, usam mais os instintos do que o bom senso. De bom ali, só a cadeirinha, pra mocinha ficar mais confortável. Enfim, disparamos pra bem longe daquele lugar.
O problema não é eu estar velha, ou ela estar nova, e ambas não aceitarmos esses tipos de comportamentos, vistos de um raio a outro de distância. O problema foi nós termos saído para nos divertir num sábado à noite e não acharmos um canto com gente bonita, bem arrumada, educada e que escutasse uma trilha sonora decente. Deixei ela em casa e vim embora, ainda sendo seguida e paquerada por um tarado numa pick up. Troquei de pista. Em outros tempos, Lulu Santos e Cidade Negra cantaram: "Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite..." Mas já se calaram quanto a isso. Esse último sábado à noite me serviu apenas para gastar alguns litrinhos de gasolina e constatar a mediocridade comportamental e o mau gosto musical da noite dançante carioca. Ou será que deixamos algum lugar passar em branco aos nossos pés, ouvidos e olhos?

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Sempre aquela vaga ideia do que nos espera

Mais uma vez com o mesmo amigo. Agora em outro cenário. Restaurante Gula Gula, no Rio Design Barra. Entramos para degustar uns goles de vinho.
Numa mesa em frente, um grupo de oito meninas, sentadas como se fossem adultas numa reunião empresarial. A mais velha deveria ter doze anos. Logo via-se que era a líder do bando mirim. Engraçada, falante, agitada, teclava e fuxicava ininterruptamente seu aparelhinho celular, que "como não poderia deixar de ser", era um iphone de última geração, enfeitado e encapado com orelhas de coelho; moda constantemente vista nesses modernos utensílios "domésticos" e por que não dizer "utensílios quase acoplados na maioria dos corpos humanos"?!! A menina via que eu a observava. E daí mexia-se mais, olhava mais para todos os lados, falava mais. Notei nela algo de mim. E passei a olhar, perceber e relembrar tudo o que ficou pra trás, os anos partidos ou deixados pelo tempo.
As garotas estavam no Gula Gula, comendo pratos caros, bem comportadas e portadas com seus cartões de crédito ou débito. Fossem do pai ou da mãe tais cartões, também eram delas. Lembrei da minha infância e adolescência. Também me sentia adulta. Se saía sozinha com as amiguinhas? Sim. Se era mandona como a líder do bando mirim? Sim. Se me achava a esperta, a promessa de inteligência e atitude para os próximos anos? Sim. Se pensava em ter altos ganhos onde quer que eu fosse trabalhar, pois eu tinha competência? Sim. Se eu queria que só os bons de índole e os mais educados se destacassem na selva urbana? Sim. Mas quando a gente cresce e sente na pele que tudo o que a gente sonha leva talvez uma vida inteira para acontecer e a passos lentos, eu só tenho a dizer pra elas em telepatia ou em sopro de vento: Meninas... Aquelas meninas... Elas não sabem o que as espera. Ouçam mais músicas que falem sobre o que é viver numa selva.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Kalloni, Gera, Plomari, Ayassos, Eresos e Molyvos

Estava precisando disso. Fazia tempo não conseguia. Passei o dia na praia com um amigo. Enveredamos para Grumari, pertinho da Prainha, reduto de aventureiros, naturebas e surfistas do Rio de Janeiro. Bem ali, do lado de Grumari, há outro reduto, desta vez de naturistas, digamos assim, em português claro, uma praia de nudistas. Confesso, já estive em Tambaba, na Paraíba, lugar de sol, areia e mar, perto de Coqueirinho e Tabatinga, que recebe o ano todo turistas estrangeiros a fim de gozarem das delícias de se tomar banho e andar ao ar livre nus, como viemos ao mundo. Mas, na Paraíba, a coisa funciona bem. Do lado de lá tem pousada para abrigar as famílias e os casais que curtem um ventinho passando livre por toda a pele.
Na Paraíba não tem esculhambação, homens e mulheres sentem-se tranquilos ao entrar na praia de Tambaba, pois sabem que não serão incomodados e que poderão desfrutar, relaxados, das maravilhas de se curtir um sol, uma pedra, uma areia e um mar. Eles não terão a impressão de serem vigiados ou olhados como presas ou prendas de fim de tarde. Tem até quadra de voleyball ao ar livre em Tambaba. É engraçado ver o povo, descontraído, jogando, com todos os apetrechos e penduricalhos balançando. Afinal, nosso corpo cresce e certas coisas balançam mesmo. Já aqui no Rio, especificamente ao lado de Grumari, fica um reduto chamado Abricó. Praia cercada de pedras e de mar agitado, começou tímida como Tambaba, local familiar, de abrigo a turistas e curiosos, sem terceiras ou segundas intenções. Apenas concentrados em admirar e contemplar a natureza, com respeito e distanciamento; e aliás, com muita discrição. Em Abricó, vizinha de Grumari, atualmente não há serenidade. Vê-se um constante vai e vem de homens pra lá e pra cá, atravessando uma pedra, tirando a roupa e entrando mesmo para olhar, azarar, marcar território, marcar encontro, ficar em cima, ficar no pé, sem exageros, é tudo muito explícito, e pra mim, ali já deu.
Fui há um tempo remoto com um namorado e assim que chegamos, tal foi nossa surpresa, um mulato inconveniente sentou-se ao nosso lado pra bater papo, talvez achando que nós dois, casal heterossexual, estivéssemos ali naquela praia para procurarmos uma aventura extra e além-conjugal. Naturalmente nos sentimos muito mal, saímos dali e o mesmo mulato nos seguiu querendo continuar o papo. Foi a última vez que entrei nessa praia. Ficou claro que ali virou um reduto gay. Mas o engraçado e feio dos gays do sexo masculino é o menosprezo que sentem pelas mulheres, agindo de tal forma que elas não se sentem à vontade de frequentar aquela praia. Justamente porque virou literalmente um clubinho. Só entram homens, em geral, sozinhos. Desfilando entre outros também desacompanhados. Os casais não gays que por ali passam, dão meia volta e vão circular em areias vizinhas, pois entrar naquele território com suas namoradas parece ter se tornado uma agressão aos atuais frequentadores. Eu e meu amigo não entramos. Pensei com meus botões... a Ilha de Lesbos funcionaria assim?
As gregas antigas deveriam se incomodar com a presença de homens ou de casais heterossexuais? Será que elas eram agressivas, intimidatórias, com os visitantes? O que será que acontecia e por que não acontece mais nesses tempos modernos, digo, algo semelhante a uma invasão de lésbicas num canto de uma praia qualquer? E a força das mulheres nesse sentido? Por onde anda? Por onde andei? Por onde andou?

sábado, 4 de agosto de 2012

Babilônia e Babel

Saio com uma unha quebrada. Saio meio acabrunhada. Mas saio de pé, não saio deitada. Uma mente transtornada, um corpo esgotado, por uma coisa em vão? Tem guerras que valem a pena, outras, não. Quando há algo que ultrapassa os limites de uma saúde mental e física, é hora de navegar por outras lógicas matemáticas e financeiras. Fosse a guerra do Iraque, mas é a guerra do Paraguai. Há muita diferença entre uma e outra. O nível do ganho é infinitamente desproporcional ao lucro.
Em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos. Em qualquer triângulo retângulo, a hipotenusa é maior que qualquer um dos catetos, mas menor que a soma deles. O teorema de Pitágoras já teve muitas demonstrações publicadas. Não se sabe ao certo qual seria a demonstração utilizada por Pitágoras. Entretanto, muitos autores concordam que ela teria sido feita através da comparação de áreas. Esta demonstração se baseia na proporcionalidade dos lados de dois triângulos semelhantes. Pode-se chegar ao teorema de Pitágoras pelo estudo de como mudanças em um lado produzem mudanças na hipotenusa e usando um pouco de cálculo. É uma demonstração baseada na interpretação métrica do teorema, visto que usa comprimentos, não áreas. Matemática é difícil, não é pra qualquer um. Se num triângulo o quadrado em um dos lados for igual à soma dos quadrados construídos sobre os dois lados restantes do triângulo, o ângulo formado pelos dois lados restantes do triângulo é um ângulo reto. Talvez nenhuma outra relação geométrica seja tão utilizada em matemática como o teorema de Pitágoras. Ao longo dos séculos foram sendo registrados muitos problemas curiosos, cujas resoluções têm como base este famoso teorema.
E também, ao longo dos anos, sabemos que a probabillidade e a possibilidade de esbarrarmos no planeta Terra com pessoas que só nos chateiam é infinita. Por isso admiro as pessoas velhas. Haja muita paciência para viver num planeta onde a maioria da sociedade que nos rodeia fede. E nós temos que conviver com o fedor. O mundo não é um lugar justo. Por isso é o planeta Terra. Se fosse justo, seria outro, não a Terra. E as três lições mais importantes que a gente aprende e nunca pode esquecer, depois que adquirimos maturidade, são: há de haver harmonia, há de haver sabedoria e há de haver paciência. Mas quem as tem? Só e somente os admiráveis velhos. Admirável mundo novo? Bah!... Nheiro bem bonito... só pra defecar.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Formiga, formiguinha, formigão!

No momento estou curtindo um personagem que nunca antes havia reparado. Vou contar aqui o por quê. Primeiro começou em minhas aulas passadas de meditação. Eu não entendia o real motivo de pensar nelas. Nem por qual razão a professora de yoga quando pedia às alunas que imaginassem um animal ou mais de um para nos acompanhar em nossa jornada afora, me vinham elas. E também eles, outros insetos, insetinhos, insetões. Com asas e sem asas, coloridos, verdinhos ou pretinhos. Todos pequeninos, miudinhos. Me sentia humilhada em ver que as outras alunas da aula de meditação viam ursos, leões, coiotes, lobos, alguns sapos, de fato, algumas águias, de rapina possivelmente, lagartos, tartarugas, todos de tamanho mediano a grande. E eu, só via formigas. E mais alguns acompanhantes... cigarras, marimbondos, gafanhotos, aranhas, alguns mosquitos e também umas borboletas, mas nenhuma tão colorida. Estavam mais para mariposas e bruxas. Daí eu já entendo e tudo fica mais claro agora. Sinais, premonições, avisos, conselhos do destino ou de nosso próprio inconsciente, bem provável ser.
Enfim, estou trabalhando num lugar onde todos somos vistos como máquinas. Alfa, beta, gama, delta, épsilon, digama, zeta, kappa e por aí vai. Já viramos letras gregas. Mas como a Grécia é um dos mais famosos berços da civilização, não poderia deixar de me sentir honrada, embora tenha me formado como comunicadora e estudado para ser respeitada e vista de uma forma diferenciada dos demais, ou seja, com um ponto forte de diferencial. Só que nem tudo é como a gente quer e exatamente por isso, estou tranquila na minha "maquinez" momentânea. Virei formiga da espécie carregadora. Não desmereço essa condição. Só não tolero abusos de outros insetos. E quando se trata de um inseto venenoso, eu mostro rapidamente onde escondo o meu ferrão. É, sou uma formiga mutante. De uma espécie rara. Mexe comigo pra ver. Coloco cada um do reino animal direitinho em seu lugar e se houver persistência no desrespeito e no abuso, eu destruo, esmago, corto a asa. Porque sou formiga atômica. Formiga leoa. Formiga tubarão. Mexe comigo pra ver onde você está botando a sua mão. No lugar onde trabalho tem formiga castanha, formiga loira, formiga do cabelo encaracolado, formiga morena jambo. Tem outras, mas essas são as mais simpáticas. E dá licença, eu me incluo nelas. Existem mais de nove mil espécies de formigas catalogadas no mundo, mas estima-se que a quantidade real seja cerca de dezoito mil. Só no Brasil são mais de duas mil conhecidas. Uma sociedade organizada, que não possui nenhum tipo de liderança. Parece impossível? Não no mundo das formigas.
Mas no mundo dos formigas-humanos, a coisa toda vira um caos. Pertencentes ao grupo de insetos sociais, elas vivem em colônias. Dentro do ninho, as tarefas são divididas entre as castas e cada uma cumpre seu papel. Já dentro de ambientes de trabalho humano, será mesmo que as tarefas são divididas em castas, digo, graduações acadêmicas? E será que cada um cumpre o seu papel realmente? Fica aqui a questão. Será? Mas a resposta eu já tenho, como tive antes ao saber o por quê de tanto imaginá-las. E a resposta é: Claro que não! Nenhum humano cumpre bem o seu papel. Cumpre muito mal. Sabe por qual motivo? Porque ainda temos que aprender muito com as formigas.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Elas leem Nova, eles leem gibi do Cascão

Quase três meses sem escrever nada aqui. Blablablablabla.... Não por falta de assunto e sim, por mera vontade de ... STOP! ... parar um pouco com essa coisa de me expor. Mas como a gente não se expõe hoje em dia? Nas condições atuais, na modernidade cotidiana... Impossível essa "possibilidade". Daí 2011 acabou, passou um casamento, ponto, passou mais um Natal, pronto, outro Ano Novo, novo carnaval, uma excêntrica viagem, Punta... vale a pena conhecer e perambular de carro ao redor do balneário setentão. Sabe um paraíso escondido e perdido, preservado entre a arquitetura, a urbanização, o silêncio, a paz de espírito, a ventilação e os ares da década de 70? Imagine esse lugar. É, fica lá... em Del Este. A gente uruguaia é outra gente. Mais educada, mais quieta. Daí entra março, Brasil com suas trombetas avassaladoras; clamor. Tudo é grito: - O ano enfim começou, o ano enfim está andando, o verão passou e o outono dita as regras! Já está todo mundo se virando, porque o show não pode parar. E pra ficar mais bela para o show, faço o que toda mulher inteligente, moderna, antenada, preocupada e estressada precisa fazer para se sentir melhor. Salão de beleza, livros, graduação, pós-graduação, novo trabalho, nova terapia, massagem, limpeza de pele, yoga, meditação, canto, florais de Bach... aahhhh! Como assim? Chega de gastança e de invenções. Pior que não chega. De janeiro pra cá não tenho mais dedos para contar o que já fiz de matrícula aqui e ali. E ainda falta. Muito. Muita coisa.
Essa introdução foi só para encher linguiça e começar a falar sobre a única coisa que me motivou a escrever hoje aqui: Não, não foi o dinheiro! Antes fosse, neném! Neném no caso, homens. E como o são! Constatei isso no consultório dermatológico hoje à tarde. Inacreditável à primeira vista, aceitável depois de algumas horas de reflexão pós consulta. Diante da mesa de revistas na sala de recepção, como de praxe, havia inúmeras revistas femininas e nenhuma masculina. Eu estava lendo uma Nova. Oh. Pobres rapazes. Não podem ler Playboy para se distrair nem ao menos matérias sobre carros com motores possantes. Sobram as batidas revistas de política e economia, muito boas, porém nada atraentes em certas ocasiões. Revista Piauí? Não, não tem. Para as mulheres, tudo, absolutamente tudo sobre beleza, maquiagem, ginástica, dieta, moda, decoração, fofoca, sexo e afins. Mas eis que um moço, bem bonito e interessante, nem novo nem velho, no auge de seus trinta e poucos anos, encontra embaixo da mesa de vidro, junto de outras revistas femininas com modelos sexies nas capas, ó, ele encontra gibizinhos, exemplares da Turma da Mônica. Benditos sejam o Maurício de Souza e seus fãs dermatologistas. Ah, estranhei. Mas era porque eu estava no consultório do Dr. Azulay. E será que tem a ver Dr. Azulay com o extinto artista Daniel Azulay? Se sim ou não, entrei numa transe de achar que o cara bonito era débil mental por ter pego a pilha de revistinhas do Cascão e outros personagens e colocado em suas mãos todos, todos os exemplares. Ele se apoderou para não deixar nenhum paciente folhear nenhum exemplar. Mas quem faria isso? Ninguém. Comentei com minha esteticista assim que entrei em sua cabine. Ela riu, riu alto. Tudo bem, de repente ele era ilustrador, né? Aprendiz de cartunista, roteirista de quadrinhos, vai saber. Comparou minhas observações um tanto indignadas com as da Natalia Klein, a moça do blog e da série nacional mais divertida e comentada do momento: Adorável Psicose. Eu não estou entendendo estas novas tendências. As mulheres estão todas iguais. Os homens é que estão diferentes. Ler Nova é ridículo. Ler Cascão é que é original e genuíno. Parabéns, nenéns!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Hoje é dia nove de janeiro de dois mil e doze. Começo o ano com dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender, mas sem um grande amor. O amor que tu me destes era vidro e se quebrou, o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou. Bah, diabos, por que eu só penso em amor? Quem busca amor está buscando mais é dor. Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar. E não adianta chorar. Se chorei ou se sofri, o importante é que emoções eu vivi.