sábado, 13 de setembro de 2008

Vai ver por isso a gente erra, por causa do erre


A EME Ó ERRE, amor.
O amor é brega? Não, não sei.
Mas nos faz errar.
E muito.
Basta isso:
Preparar-se para o amor chegar.
Para o amor que vem.
Para o amor que não vai, que chega de mansinho ou ao contrário, avassalador.
Para um amor verdadeiro, certeiro, sem contramão, sem mão-dupla.
O a de amor é bem propício, nos faz delirar, gritar, sussurrar e dizer: Ahhhh... Daí por diante uma série de elogios aparecem, junto de sorrisos, olhares, trejeitos, desejos, sabores e cheiros.
O eme de Maria é como ela, soberana, rainha, dona da situação, da verdade, que verdade? Senhora da razão. Que razão?
O amor não tem razão.
A letra o ou ó, é outra exclamação, seguida de frustração ou de decepção: Ohhhh...
Sem mais comentários, depois vem o erre, e esta letra é uma sina, ainda bem que a paixão não vem com ela.
Logo, a paixão pode ser passageira e por isso não temos a mínima chance de enxergar os erros que vem dela.
Coisa boa!
Por isso tantos a querem, faz muito sentido mesmo querê-la.
Mas o erre, letrinha que tinha que vir no fim da palavra, pois é.
O erre destrói, detona, acaba com a gente.
Inverte todo o significado do amor, faz dele um trapo, uma coisa qualquer.


Flores viradas de cabeça pra baixo dentro d'água.


Cabeça? Flores?
Tira seu nexo, mexe com o sexo, condena o que é simples e belo, vira comércio, traz datas festivas, cafonas ficamos.
Se torna banal, até brega e normal.
Deve ser por causa disso, da breguice do amor, que vocês não vem ao nosso encontro quando mais queremos e quando mais nos aprontamos.
Que triste.

Um comentário:

TAPANACARA disse...

Minha Poetisa, te amo!