quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Bom gosto


Não sabia do bom gosto de uma nova atriz brasileira.

Me admirou sua elegância, seu vestido, sua festa, seu casório.

Seu buquê não era buquê, era uma flor. Branca, simples, singela, bela.

Esta atriz morena me impressionou.

Não esperava dela finos tratos.

Das vezes que a vi na rua, no shopping, dentro de uma loja, devo tê-la observado mal.

Nossos olhos são programados para associar referências do que é certo e errado e muitas vezes a visão nos engana, leva embora a nossa confiança.

De tanto preconceito, míopes ficamos.

Se fulana é uma puta, logo o vestido dela é de uma dama assim chamada.

Se tem cara de santa, a moça vira princesa, inocente, pura.

Julgamentos nos traem sempre que não conhecemos a vítima da hora.

Falsos testemunhos, falsas impressões.
Poderia eu aqui falar mil coisas, mas não falo.
Mil coisas merecem ser contempladas ao olhar as fotografias da cerimônia, muita digna, muito bem elaborada.
O sorriso dele, dela, de um casal feliz, diz tudo.
Bom gosto o dela de escolher o noivo.
E bom gosto o dele de escolher ela.
A felicidade é assim: quebra barreiras, derruba preconceitos, transforma o mau gosto em bom gosto num piscar de olhos.
Garantias, a felicidade não dá.
E se o próximo olhar das câmeras fotográficas e do público avistar novamente os noivos, o que acontecerá com eles?
Vão ser os mesmos contemplados, sorridentes e felizes de antes?
Terão ainda bom gosto?
Finos tratos?
Vestes belas?
Já não sei.
Quem sabe?
Ninguém pode saber.
Gostar, desgostar, tudo é aguardar.

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