Hoje de manhã fui à banca comprar jornal.
Levei minha cachorrinha pincher para aproveitar o passeio.
Ao chegar lá, não entrei com ela; esperei com toda a calma um jovem pai e seu filho saírem de dentro da banca. Conheço bem do que minha pincherzinha é capaz. Mordedora de calcanhares, sem-vergonha ela...
Mas por falar em sem-vergonhice, meu ouvido quando quer, funciona bem. Percebi o diálogo entre o senhor da banca e o jovem pai:
-Escolha um desses filmes, é brinde da banca.
Vi o pai relutando, e o senhor insistindo para que ele levasse um DVD gratuito.
Logo que saíram, pai e filho, eu afastei a cachorrinha das pernas e pés deles, para que estes ela não mordesse.
O senhor da banca, cheio de gracinhas, foi logo brincando:
-Ela cresceu mais um pouquinho, hein!
Respondi também brincando:
-Nada! Ela só diminui! Cada dia menor!
E do lado de fora da banca, pedi o jornal. Vi que ele enfiou numa sacola plástica só o jornal, bem recheado por sinal. No instante seguinte, perguntei sobre os brindes, os filmes “zero oitocentos” e quis saber se ele não havia me oferecido porque eram todos infantis.
Afinal, tinha oferecido para o pai da criança.
Só aí ele me falou:
-É que não sobrou quase nenhum.
E me apontou dois DVD’s : Um era “Uma cilada para Roger Rabbit” e outro que não lembro o nome, na verdade nem li, porque na capa estava a face de um ator que eu não sou muito chegada, me desculpem seus fãs, mas não gosto muito do Robin Williams.
Ele fez e faz filmes ótimos, mas o que eu posso fazer? Vejo a cara dele e não gosto. Não sei explicar esse sentimento. É estranho, confesso. Mas há uma antipatia boba de minha parte. Apenas este ator ainda não me cativou. Nada que seja para sempre.
O senhor da banca percebeu que eu estava interessada em outro tipo de filme e tirou da cachola, debaixo dos panos, ou coisa parecida, outro DVD:
- Ah! Achei este aqui. É que todo mundo está levando só os romances, mas sobrou esse.
Naturalmente, ele queria me empurrar um filme infantil e eu até levaria “Roger Rabitt” pois não é nada mal, mas como ele me mostrou o tal romance, falei:
- Bem, vou levar este drama aqui.
Era drama, não era romance.
Vim para casa carregando a sacola de jornal, seus recheios dominicais, um chocolate “Batom, da Garoto” e o filme que eu, há anos, já até namorava nas locadoras, mas que sempre achei que fosse chato. Deixava para depois, quem sabe um dia eu o alugaria, naturalmente para ver sozinha, claro. Um filme para mulheres. “Coisas que você pode dizer só de olhar para ela”.
A surpresa até foi boa quando comecei a assistir ao filme.
Um filme de Rodrigo Garcia. Quem seria esse diretor? Nunca ouvi falar nele antes.
Passado o filme, as famosas atrizes Glenn Close, Cameron Diaz, Calista Flockhart, Holly Hunter, Kathy Baker, Amy Brenneman, Valéria Golino, passadas as ótimas histórias entrelaçadas, momentos íntimos de cada uma dessas mulheres e suas personagens, angústias, desejos e solidão, uma médica, uma gerente de banco, uma policial, uma escritora de livros infantis, uma cega, uma que sofre de grave doença, fui saber sobre o diretor, Rodrigo Garcia.
Li nos extras sobre ele. Vi que é filho do premiado escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez. Por isso a sensibilidade do filme, a sua delicadeza ao tratar de assuntos corriqueiros e comuns do dia a dia.
A genética faz dos homens safo, procriarem igualmente assim seus filhos.
“Coisas que você pode dizer só de olhar para ela”; escrito e dirigido pelo filho do homem.
E agora, com licença; vou catar no armário para finalmente ler mais um livro de minha lista de espera. Chegou a hora de ter você comigo, “Cem anos de solidão”.
Obrigada, senhor da banca.
Levei minha cachorrinha pincher para aproveitar o passeio.
Ao chegar lá, não entrei com ela; esperei com toda a calma um jovem pai e seu filho saírem de dentro da banca. Conheço bem do que minha pincherzinha é capaz. Mordedora de calcanhares, sem-vergonha ela...
Mas por falar em sem-vergonhice, meu ouvido quando quer, funciona bem. Percebi o diálogo entre o senhor da banca e o jovem pai:
-Escolha um desses filmes, é brinde da banca.
Vi o pai relutando, e o senhor insistindo para que ele levasse um DVD gratuito.
Logo que saíram, pai e filho, eu afastei a cachorrinha das pernas e pés deles, para que estes ela não mordesse.
O senhor da banca, cheio de gracinhas, foi logo brincando:
-Ela cresceu mais um pouquinho, hein!
Respondi também brincando:
-Nada! Ela só diminui! Cada dia menor!
E do lado de fora da banca, pedi o jornal. Vi que ele enfiou numa sacola plástica só o jornal, bem recheado por sinal. No instante seguinte, perguntei sobre os brindes, os filmes “zero oitocentos” e quis saber se ele não havia me oferecido porque eram todos infantis.
Afinal, tinha oferecido para o pai da criança.
Só aí ele me falou:
-É que não sobrou quase nenhum.
E me apontou dois DVD’s : Um era “Uma cilada para Roger Rabbit” e outro que não lembro o nome, na verdade nem li, porque na capa estava a face de um ator que eu não sou muito chegada, me desculpem seus fãs, mas não gosto muito do Robin Williams.
Ele fez e faz filmes ótimos, mas o que eu posso fazer? Vejo a cara dele e não gosto. Não sei explicar esse sentimento. É estranho, confesso. Mas há uma antipatia boba de minha parte. Apenas este ator ainda não me cativou. Nada que seja para sempre.
O senhor da banca percebeu que eu estava interessada em outro tipo de filme e tirou da cachola, debaixo dos panos, ou coisa parecida, outro DVD:
- Ah! Achei este aqui. É que todo mundo está levando só os romances, mas sobrou esse.
Naturalmente, ele queria me empurrar um filme infantil e eu até levaria “Roger Rabitt” pois não é nada mal, mas como ele me mostrou o tal romance, falei:
- Bem, vou levar este drama aqui.
Era drama, não era romance.
Vim para casa carregando a sacola de jornal, seus recheios dominicais, um chocolate “Batom, da Garoto” e o filme que eu, há anos, já até namorava nas locadoras, mas que sempre achei que fosse chato. Deixava para depois, quem sabe um dia eu o alugaria, naturalmente para ver sozinha, claro. Um filme para mulheres. “Coisas que você pode dizer só de olhar para ela”.
A surpresa até foi boa quando comecei a assistir ao filme.
Um filme de Rodrigo Garcia. Quem seria esse diretor? Nunca ouvi falar nele antes.
Passado o filme, as famosas atrizes Glenn Close, Cameron Diaz, Calista Flockhart, Holly Hunter, Kathy Baker, Amy Brenneman, Valéria Golino, passadas as ótimas histórias entrelaçadas, momentos íntimos de cada uma dessas mulheres e suas personagens, angústias, desejos e solidão, uma médica, uma gerente de banco, uma policial, uma escritora de livros infantis, uma cega, uma que sofre de grave doença, fui saber sobre o diretor, Rodrigo Garcia.
Li nos extras sobre ele. Vi que é filho do premiado escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez. Por isso a sensibilidade do filme, a sua delicadeza ao tratar de assuntos corriqueiros e comuns do dia a dia.
A genética faz dos homens safo, procriarem igualmente assim seus filhos.
“Coisas que você pode dizer só de olhar para ela”; escrito e dirigido pelo filho do homem.
E agora, com licença; vou catar no armário para finalmente ler mais um livro de minha lista de espera. Chegou a hora de ter você comigo, “Cem anos de solidão”.
Obrigada, senhor da banca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário