segunda-feira, 17 de março de 2014

Alerta de um novo blog

Todo blog tem um propósito. Anunciar assuntos. Seguir um script. Relatar acontecimentos que se encaixam num contexto. O meu blog é um reflexo do que pode-se chamar de algo anormal e despropositado. Vagueia por canais mentais quase indecifráveis. Talvez ele não tenha sido feito para ser entendido. Só para ser visto. Como a prévia da frase máxima: E Deus criou a mulher... Veio a dita cuja e... Ana fez um blog... Mas também, com o nome Safo, quem iria entender? Quanto a... Seres e mitos, quem decifra? Ter ideias desconexas e jogá-las no ar... Escrever sete blogs e lançar tudo ao mesmo tempo... Isso é muito semelhante a uma catarata desgovernada. Uma miscelânea de pensamentos imperfeitos. Um desejo de apego ao que não se pode apegar. Coisas abstratas não são palpáveis. Reparo antes que continue essa trajetória de autodestruição. Já pareço mudar. No começo podia não ter sentido. Mas agora, tem que, sim, fazer valer sua publicação. Pois, de que valem as palavras se não fizerem um mínimo sentido? É preciso reorganizar as ideias. Parar de engatinhar. Talvez seja o medo da responsabilidade de crescer e evoluir a mente. Avançar rumo à concretização. Largar mão da abstração. Puxa, como entrar na linha é complicado. Mas como sinalizar perigo é vantajoso. Evita pane geral do sistema.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Você pode ter uma atitude mais rock, você pode ter uma atitude mais zen

Pode surtar, se preocupar, ralar, não ralar, se virar, ou virar um zé ninguém. E o ritmo vai ser sempre assim... nesse tom... cansa, para, espera, levanta, sobe, desce, sapateia, desnorteia. Maria traçou objetivos. Só ela sabe se deu certo. José deixou a vida o levar. Se deu bem talvez, ou não. Paulo tem dez anos, gosta de música. Fabiana tem quinze, gosta de esportes. E daí? Eu me pergunto. Aposto que do outro lado alguém se pergunta. Que história sem pé nem cabeça é essa? Eu te falo. Não faz sentido. E o Big Bang, fazia, faz? Deus fez, fará? Lá longe ele diz: Você tem alguma religião pra tentar ser feliz? Chego mais perto, se ele deixar e digo: A sua te deixou bem? Se parar, fica reflexivo. Se correr, nem pensa. Mas acontece que ambos temos sim religião. Uma diferente da outra, mas o Nosso Pai é o mesmo. Salvador das almas achadas e perdidas. O mesmo roqueiro que te nega é o punk que vai te aceitar. Yuppie? Non. E a mesma maria chuteira esperta ou aquela velha dondoca boba pode ser a carola tonta que qualquer igreja irá arrebanhar. Mas nem era pra falar disso, de igreja, nem de direita, esquerda, partido político ou causa nenhuma. Tudo és só pra comunicar que aqueles planos que tu foste capaz de fazer no passado, as suas atitudes ferozes, felinas, tranquilas ou quase estáticas, elas irão se transformar. Se está a perigo por não ter passado em nenhum concurso público, é porque não entrou de cabeça ainda. Mergulhou pouco. Não foi a fundo. Daí, agora chora neném. Come moscas. Arrota carrapatos. Solta rojões. Só participa de protesto nas ruas das cidades quem tem tempo de sobra pra vadiagem. Estivessem esses em casa estudando ou em alguma outra instituição, não haveria tanta pedra, pau e fogo, mas haveria sono, cansaço e meditação. Consternar ou contemplar. Você sempre escolhe cedo ou tarde qual vai ser sua canção. Inventando moda, desnivelando, prejudicando ou só olhando. E a ajuda vem de onde? Do Tio Patinhas do Rock e da Maga Patalógica do Zen? Não, não. A salvação vem de você mesmo, com as boas atitudes, meu bem.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Ma che Osho, O$ho, Ochu

A todo instante você tem a escolha de ser feliz ou de estar na miséria. // Juntando pensamentos sobre o filme "A Praia", ano 2000 - Danny Boyle. // Decifrando "A Divina Comédia", ano 1300 - Dante Alighieri. // E soltando pitadas de Osho, anos 70. // Salpica daqui, tempera dali... // Lulu via um novo começo de era. // Ah...Inglaterra, Oh...Itália, Eh...Índia. // // A continuidade das tríades. // De gente fina, elegante e sincera. // O homem, a fé, a razão. // O inferno, o paraíso, o purgatório. // Dante, Beatriz, Virgílio. // A todo instante você tem a escolha de ser feliz ou de estar na miséria. // // Observe seu corpo. // Com habilidade pra dizer mais sim do que não..., não, não. // Ele te dá todas as dicas, todos os sinais quando algo está em desequilíbrio. // A Yoga diz: // Encontre uma posição confortável. // A Ana fala: // Não existe essa posição confortável! // // Ponho o olhar fixo em minha barriga. // Hoje o tempo voa, amor. Escorre pelas mãos. Mesmo sem se sentir... // Lembro-me dos sete pecados capitais. // O primeiro que penso: // Preguiça. // Depois? // Orgulho? // Com ela para uma boa dança do ventre ou sem ela para um perfeito pole dance? // // Apesar, contudo, todavia, mas, porém... // Luxúria! // Inveja? // Avareza? // Gula. // Ira? // Era... Ora... // E não há tempo que volte, amor, vamos viver tudo que há pra viver. // E o garoto prodígio? // // Esse gastou, gastou, gastou tanto, mas tanto..., logo; acabou dando-se mal. E depois bem. // Mal e bem. // Bem e mal. // A essa hora, pouco importa. // A felicidade está num barquinho que te leva ao paraíso. // E a praia é linda. // Vamos nos permitir! // Antes, leia a placa: "Cuidado com o tubarão". // // No fim, um indiano pede para que tu opte por aquilo que faz teu coração vibrar... // Apesar de todas as consequências. // E diz mais: // Esqueça essa história de querer entender tudo. // Em vez disso, VIVA. // Em vez disso, DIVIRTA-SE! // Não analise, CELEBRE! // Comendo, rezando, amando e meditando. // Jogando. Blefando. Ganhando. Perdendo. Desperdiçando. // Eu vejo um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera. Com habilidade pra dizer mais sim do que não. // OK, Lulu, vê se te santeia! //

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Poesia Grosseriana

Você que debocha de mim.../ Entra no cio, tem sua tara/ Me liga, envia mensagem/ Faz e pede sacanagem/ Me tira do leito/ Palpita meu peito/ Desregula meu mínimo respeito/ Chama pra fazer amor e sexo/ Durante a madrugada/ Me beija feito louco/ Me tem como um lobo/ Me morde, me assopra/ Debocha de mim/ Diz montes de besteiras, devaneios, anseios/ Depois põe todo o peso em mim/ Me alegra e atormenta/ Carrega traumas não sei desde quando/ Inventa, farseia/ Me transporta pra um surto mirim/ Descarrega todo o seu desejo/ Seu alcoolismo barato/ Sua falta de tato com as palavras doces/ Seu exagero de tato com malícias, sabores/ Mas é lindo te ver escovar a boca/ Prova que não sou apenas eu/ Que gosto e, aprovo isso em ti/ Hálito e cheiro bom, calor então/ Corpo desenhado, esculpido/ Num pincel das mãos de Deus/ Como o meu, como o seu/ Dedos da mão pra me alisar/ Dos pés pra me prender/ Sua língua na minha orelha/ No meu ouvido, sua saliva/ Babando por mim/ Pra depois me chutar/ Me ignorar, trocar meu nome/ Querer ciúme, novela, folhetim/ Não, se acaso me quiseres/ Sou pra você dessas mulheres/ Que só dizem sim/ Por uma coisa à toa, uma noitada boa/ Um cinema, um botequim/ Escute Chico Buarque/ Pra tentar gostar certinho de mim/ Enquanto isso só me resta a pergunta:/ Por que você é assim?/ Tão 'tan-tan' e tão 'Dean-Dean'.../

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O tempo perguntou ao tempo quanto tempo ele tem

O tempo controla o homem, o homem controla o relógio, o relógio controla o tempo de todo o tempo. Hã? Ah, é... Então quer dizer que o relógio também controla o homem de todo o homem. Sim! Complexidade e simplicidade unidas. Controladas. Enfim, caímos na era das máquinas. O controle é delas. Seja por meios virtuais, por meio de papeis ou de números, as máquinas dominam nossas vidas. Crianças, jovens, adultos, idosos. Vamos observar seus passatempos favoritos. Estar dentro de máquinas?!! Sem pensar muito, logo veremos que os hobbies de liberdade foram substituídos por hobbies aprisionantes. Aprisionadores? Aprisentados? Aprisionados. Correto? Prisão, aposento, aprisãoposento. Praga dos costumes. Culpa dos hábitos. Tormento das crenças e dos crentes. ...Que estão podendo.. Se o Mia Couto inventa palavras, e se o Guimarães Rosa também inventava, então, porteira aberta para a entrada de novas invenções. Ainda há liberdade para isso. Tempo, tempo, mano velho. O tempo não para. O Parangolé Pamplona você mesmo faz. Faz um, dois, três dias que penso... tem muita gente escrevendo igual, imitando estilos. Contudo, existe muito pouca gente fazendo. E quando resolvem fazer, entram em sua bolha e..., escrevem mal. A dona aqui não está ilesa. Essa coisa de sorte de escrever bem ou mal não tem nada a ver com competência. Nada a ver com nada. É como um bingo ou um outro jogo de azar. Nem a matemática explica. É pura loteria escrever, publicar, dar na telha de alguém ler, dar margem a mais algum bom figurão aprovar, selecionar e fazer valer; daí, promessas e cumprimentos de lançar e te colocar no centro das atenções momentâneas. Kafka, George Orwell, Platão, Paul Rabbit, 1984 e os 15 minutos de fama também passaram por estas cabeças. Passarinho e passarão. Como vai ser seu próximo ano, hein? Planos e metas para 2014? 2013 foi do jeito que você kiss ou kwazzi? ...Omo? Kuat? Você não inventou nada? Dá tempo ainda! Corra, Lola, corra! E não perca tempo se perdendo por aí. Esse blog, pensei... putz, deu vírus; repentinamente uma virose de vaca louca e quase perdi. Um antigo site que eu amava perdi. O Pin me Up foi-se embora com meus textos e fotos, pra não sei quando, talvez um dia remoto e improvável voltar. Serei eu ressarcida dos ex-prejuízos virtuais? Ninguém mandou menina, não salvou seus textos, suas poesias, pensava tanto, tanto, tanto em lançar livro de fatos e fotos sensuais-sensoriais-sexoriais... Sensacionais. Deu em manga rosa. Chupou? Deu em uva. Passou. E só para te lembrar, porque o nosso ano treze já está pra findar: O relógio está marcando o passo e o tempo perguntou ao tempo: Quanto tempo o tempo tem? O tempo respondeu ao tempo, que não tem tempo de dizer ao tempo quanto tempo o tempo tem. Reflita... O tempo tem sempre um dedo podre, um dedo mole, um dedo torto e um dedo duro. Você escolhe, um, dois, três, ou joga tudo fora, corta essa dedaiada de uma vez. E deda-se! Sobrou um quarto. E uma máquina!!!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Cada um com suas questões e suas canções

Hoje falo dos "cabeças de camarão" e das "dores e delícias" de ser mulher. Falo de som, falo de escrita, falo de letra e de música. Mas não falo de falo. Nem falo de pão com queijo e Cate Blanchet, ops, blanquet! (Trocadilho infame). Não quero falar dos que preferem comprar televisão a comprar livro. (Observação sarcástica). Mulheres que correm com os lobos e homens que não amavam as mulheres. (Viram livros, viram filmes). Ah... Ouvir música americana e esquecer das brasileiras. 'Pegar uma onda maneira, dar cut back, hang five, hang ten e ser o melhor surfista da rua'. Ou 'chorar lágrimas de crocodilo, não diga nada para a sua mãe'. (João Penca & seus Miquinhos Amestrados). Não saber dançar tão devagar pra te acompanhar. (Marina Lima). Pense, dance, pense. Pense e dance. Pense e dance, pense sem parar. (Barão Vermelho... sem Cazuza, só Frejat). Daí..., vão-se os camarões 'vêm-se' as delícias. 'Alice não escreva aquela carta de amor'. (Kid Abelha & os Abóboras Selvagens). Mas, a delícia viaja e o camarão fica encostado em outra praia. 'Quando você voltar, a lua vai estar cheia e no mesmo lugar'. (Biquini Cavadão). 'Nada de mais, nada através, uma légua e meia, ô, uma brasa incendeia, ô..., you, you, you. Deixa o sal no mar, deixe tocar aquela canção...' (Paralamas do sucesso). Um tempinho passa, um pouco de saudade vem e... 'Fale mal de mim, fale o que quiser de mim. Mas por favor, não deixe que em nenhum momento eu deixe de estar no seu pensamento'. (Autoramas). 'Não adianta nem tentar me esquecer, durante muito tempo em sua vida eu vou viver'. (Roberto Carlos). São meros detalhes. 'Eu sou a mosca que pousou na sua sopa'. (Raul Seixas). Bota pouso e pousada nisso. Mas a grande questão e a grande canção, sai sempre de mentes desconfiadas. Como a minha. Como a dele, que jamais teve titica na cabeça; talvez só no coração. Logo, deu no que deu. E realmente, nós não podemos continuar juntos com essas desconfianças. // We can't go on together with suspicious minds. And we can't build our dreams on suspicious minds...

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Dos 13 aos 16, existia um campinho de concentração

O trem para o holocausto era mensal. Um carro, guiado por minha mãe, me conduzia todos os meses saindo de Bole Bole e trafegando pelos túneis Zazen, Agal, Sense ou pelo Alto da Mali. Destino: HCB, mais conhecido como Hospital Central Bonieux. Filha de administrador e farmacêutico, sou isso, quase uma adolescente saída do filme "Garota Interrompida". Mas afinal, não era essa película mesma que meu pai usava de exemplo para fazer altas chacotas da mocinha aqui? Só não entendia se ele me comparava à personagem da Wynoma ou da Angelina. Ambas perturbadas, veja e note, pare e pense; até hoje elas são assim. Rider e Jolie tornaram-se belas mulheres; problemáticas também. Abafemos o caso. Problemas, quem não os tem? Falando neles, cá estou a lembrar dos meus dentes, dos meus quinze anos, das festas boas e cafonas, dos penetras sempre arrumadinhos; meninos engraçados e espertos; das danças, das valsas, das músicas, das modas daquela época, dos passinhos, dos meus 13 aos 16 anos. De Boavista para Bole Bole. De menina boa aluna, good girl, para a garota rebelde, crazy girl. Vixe, eu aprontava! Quando a gente ri do que lembra, é sinal de que o que passou foi bem aproveitado. E foi. Meu dentista me fazia sentir que havia uma marcha para o campo de concentração. Ao anunciar a próxima paciente: PODE ENTRAR, ROBERTA!, já me mexia preocupada e levantava das cadeiras da sala de espera caminhando tensa até a sala de tortura. Doutor Willem, era um tipo de alemão brutão. Bem claro de pele, com braços peludos, numa penugem escura..., devia ser torcedor de algum time de futebol alvinegro. Impossível que fosse Flamengo, Fluminense..., sem a menor possibilidade! Talvez tendo outras cores pudesse ser mais gentil, delicado, carinhoso. Como ele maltratava minha arcadinha dentária, minha mandíbula, minhas gengivinhas, meu céu da boca. Sabe que tenho um furo no céu e acho bem que foi a agulha da anestesia mal mirada saída da mão pesada dele? Abro a boca em frente ao espelho, examino e fico com essa dúvida na cabeça. Dr. Willem, você não era o "Meu malvado favorito"..., não mesmo! Pois bem, o holocausto, os campos de concentração e Auschwitz existiram certamente em outros cenários, locações, épocas. Judeus que me desculpem, mas vocês não foram os únicos torturados. Há vítimas por todas as partes. Naquele laboratório de dentistas mascarados, nós éramos testados. Cobaias lado a lado. Cadeiras elétricas com instrumentos bucais. Isso aos treze. Aos catorze, expectativa... Festa de quinze anos, por exemplo: Não fiz. Não quis. Por causa do meu nariz ou da minha cicatriz? Não. Causa dos meus 'dentisss'. Usava um aparelho tenebroso, fixo, metalizado, enlatado. Sorriso do homem de lata, de Monalata, cinza. Iria estragar as fotos; ora séria, ora com dentes argenta. Menina má, de boca prateada, fosca. Daí optei por nada. E fui forçada a desinventar o nada. Viajei pra Disney. Tudo pago por papai. Papai manda, filhinha desobedece. Esqueci que transportava na boca aparelhos fixos, anéis, parachoques dentários. Resultado de fotos e filmagens? Tétricos. Só trouxe de bom daquela viagem lembranças de romances engraçados. Os cacarecos não importam. Mickeys, CDs, tênis... se procurar ainda acho em algum baú velho. Mas o que marca não são as coisas, são as memórias. Eu e um paulistinha, 15 e 16 anos, beijos e amassos cinematográficos após um pequeno porre de copinhos plásticos de cerveja americana. Cenário pitoresco: um deck dando pro mar, ou seria lagoa? N'hotel Sheraton de Miami, já não sei se era água doce ou salgada que corria. O que sei é que eu corria do médico da excursão e da guia. Tinham um caso e ninguém sabia. Mas faziam questão que todo mundo soubesse... Toda noite, antes de dormir, eles me expulsavam do quarto que eu dividia com ela, a Valeria. Sabe o que ela era? Argentina. E ele, el bigodon, o médico de araque, me diagnosticou com febre numa noite de verão qualquer. Atrapalhou o romance da menina febril com o paulistano infantil. Enfim, o que aprendi dos 13 aos 16 é que a vida passa rápido demais se a gente seguir sempre ganhando, se esquivando, fugindo do "alemão". É preciso saber a arte de perder; mesmo que pra isso deva-se ler ao menos uma vez algum poema que fale de perdas e danos, que mostre flores raras, que traga à tona 'uma turman' ou Elizabeth Bishop.