Os debates que rolam pelas tendas instaladas no centro de Paraty na Festa Literária Internacional, Flip 2009, custam caro, cerca de trinta reais.
Confesso que nunca paguei. Ia pra lá, perambulava e via tudo de graça. Gastava gasolina, hospedagem e alimentação. Só isso. No mais, eu observava de longe e de perto. Andava feliz pelas ruas de pedra. Me identificava com aquele movimento de gente solta, disposta a se aventurar, a trilhar, a caminhar. Me sentia leve, inspirada, renovada. Depois, o tempo virou, o tempo foi, o tempo fechou, e passou. Reviravoltas do cotidiano. Eixo virando, queixo caindo, dores passando...
E esse ano, resolvi não pisar por lá.
Daí, vejo de outro ângulo tudo que se passa na pequena cidade, reduto de tantos sonhadores como eu e de tantos cenários e de histórias que pude presenciar e protagonizar, todos agora tão distantes, tão perdidos no tempo, tão sem sentido...
Então não viajo mais nessa, viajo em outra, vou para outras feiras, outros eventos.
E se bater saudade, entro na página da FLIP e voo até onde os coleguinhas jornalistas me guiarem, apesar de preferir me guiar sozinha, escolher livremente o que é bom, o que é ruim, o que é certo, o que é errado, o que é suspeito, o que é confiável, onde há perigo e onde há salvação. Acontece que a salvação para uns é a derrota para outros. E quem acha que está salvo pode estar é derrotado.
Enfim, este ano optei por ficar pelo Rio e por aqui me guio.
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