quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Vai nessa de entender a vida e a razão dela...

O que que me fez feliz
O que que me paralisou
O que que me deu prazer
O que que me despedaçou
O que que me fez sorrir
O que me fez sentir mal
O que que me alucinou
O que me baqueou

Um curso. Que curso?
Um homem. Que homem?
Uma ideia. Que ideia?
Uma relidade. Que realidade?
Um mundo. Que mundo...
Um lugar qualquer.
Pra entender, só vendo um filme de Sofia Coppola.

Ser ou não ser, eis a questão
Penso, logo existo
São frases filosóficas
Escritas e pensadas
Por pessoas que algum dia se encontraram
E noutro dia se desencontraram
Catastroficamente falando
Terremotos e abalos sísmicos
Aconteceram dentro do universo delas
Turbulento
Pacífico
Duro trabalho de reconstrução
Mas sempre há esperança
Para cabeças, pés e corações aflitos
E só ver TV
Só olhar a internet
Só continuar caminhando
Trabalhando
Só comer, rezar e amar
E ir vivendo...
De um jeito bom
Assim, assim...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

E a obra interna continua

2011 está aí
A obra da casa anda a passos lentos
Família resolvida
E eu, me resolvendo

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2011 está entrando no ar e as cigarras cantam com estridência


Só quando a noite cai é que chegam aos nossos ouvidos tropicais, milhares de sons agudos, os agudos das cigarras. Que cena...
Não me lembro se foi ontem à noite ou se foi hoje de manhã...
Ah! Já lembrei! Foi ontem à noite! Claro, atraída pela luz de um lustre aceso na sala, uma gigante, tamanho família, cigarra sabe-se lá macho ou fêmea, sobrevoou a varanda do apartamento, bateu na porta de correr envidraçada, caiu no chão, ficou lá um pouco zonza, um tanto estatelada, mas, não perdeu a pose, insistente, e do jeito típico de todos os insetos, levantou-se e invadiu novamente a porta que estava aberta e adentrou a casa. Cena pavorosa.
Seus zumbidos amedrontavam as mulheres que estavam jantando à mesa, aos homens não.
A cachorra e a gata, também moradoras do lar, esperavam para a queda da cigarra ao chão, curiosas para ver de perto o grande inseto, de asas e corpo gordo.
O animal, depois de muito se apavorar entre um lustre e outro, entre as paredes e quinas, caiu e a gata correu para ver de que história se tratava. Cena curiosa.
Ficaram ali, se observando, gata, cachorra e cigarra, até que a gata deu uma patada de leve na enorme asa, ao que fez a cigarra se estremecer toda e fugir enlouquecidamente dali.
O homem da casa a apanhou, alojada e escondida numa das pernas de uma cadeira da sala, e com toda a calma que só um homem tem, a levou até a varanda e soltou o inseto pelos ares.
Liberta a cigarra, a normalidade voltou àquela sala.
Se a cigarra estará bem hoje ou amanhã, não se sabe, mas ela já cumpriu seu papel em 2010. Que chegue o ano de 2011 e que ela nele se encaixe.
Viva esta etapa e vamos viver esta nova virada.
E é mais uma cena a começar.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

As relíquias da morte são três

A capa da invisibilidade, a pedra mágica, que nos dá a falsa sensação de poder rever seres queridos que já se foram e a estaca fina, feita com o galho do sabugueiro.
Tudo para mostrar que o ser arrogante, aquele que não cansa de se dar bem, um dia, quando menos espera, se dá mal.
O ser que vê através da pedra seus desejos se realizando, um dia, sente tantas saudades, e acaba se matando para estar mais próximo do objeto que viu.
O ser que veste a capa para tornar-se invisível, de tanto se proteger, perde a graça e o sentido e passa a capa adiante, para um novo ser igualmente assistir a tudo e não aparecer. Lendas e mitos. Querem nos provar o tempo todo que o bom é não se expor.
... Viver quietinho, na sua, devagarinho e chegando lá.
Mas na era em que vivemos, com a comunicação em massa, a midia aterrorizante, os satélites dominando a órbita, a aceleração dos corpos, as ondas de rádio atravessando o céu e suas camadas, as ondas de calor e os raios UVA e UVB nos queimando, os meios de transportes terrestres, coletivos ou não, engarrafados aqui embaixo, o lixo espalhando-se pelos mares e pelos ares, quem consegue vestir a capa da invisibilidade?
Só os seres excluídos.
São eles mesmos: meninos de rua, bandidos pequenos, pés de chinelo, mendigos, bruxos e bruxas. As relíquias do nosso mundo acabam por ser os que vivem em esconderijos e nas cavernas, em lugares distantes. Essas raridades, esses fora da lei, esses agentes apartados da sociedade.
Só eles não se expoem, ninguém sabe seus nomes.
Capa, pedra e estaca, os seres que nos incomodam têm os três objetos.
A gente vive pra descobrir, que no final das contas, realizar é bom, trabalhar é bom, ser solidário é bom; ser solitário, não. Os excluídos têm uma imensa tristeza por não poderem dividir seus objetos com ninguém.
E saber ou não saber, ser ou não ser, ter ou não ter, eis a questão, não adianta nada. Só se constrói alguma coisa com a aproximação.
Na luz, nas trevas ou na transparência.
Falando nisso, o filme "Enterrado vivo", lançado no Brasil em dezembro de 2010, tem me intrigado. Depois dele, deveriam instituir uma lei para que quando fôssemos enterrados, levássemos junto de nosso corpo, no caixão, um telefone celular. Vai que dá uma vontade "do além" de ligar para...?

domingo, 28 de novembro de 2010

Caminhos que percorremos pra chegar até aqui

Hoje acordei pensando: Por que só nesse momento tive a ideia de homenagear meus colegas de adolescência, se ontem, nós tivemos um encontro mega histórico, quase pré-histórico, não fossem nossas mesmas carinhas de sempre, um pouco mais cansadas e nossos cabelos, mais curtos, mais claros, mais escuros, mais grisalhos.
Eu devia ter preparado lembrancinhas para entregar a cada um.
Então, para me redimir da culpa, nesta manhã de novembro de 2010, a lembrança que preparei acabou sendo esta:Ao longo desses anos todos, tínhamos 15, 16, 17 e agora estamos nos 35, 36, 37.
É estranho e ao mesmo tempo maravilhoso rever velhos conhecidos de colégio.
Pessoas que já carregavam no sangue suas aptidões, mais ou menos intactas, embora muitos tenham trocado o rumo e o prumo, para descobrir que depois, a gente volta sempre ao lugar comum, ao mesmo lugar.
Tendências para as artes, para as aventuras, para a ciência, para os esportes, para a política, para ... mudanças ou não mudanças.
O que os tornou por fora homens? Talvez a barriga, que cresce um pouquinho, naqueles que se casam. O que muda na aparência das mulheres? Podem ser os cabelos, mais tratados, também por aquelas que se casam.
Cabelo e barriga, não vejo relação.
A vaidade sobe à cabeça das mulheres. A preguiça desce à barriga dos homens? Também não vejo relação.
Palavras, gestos, olhares, risadas e continuo a notar que mesmo os casados, solteiros, enrolados, desenrolados, todos e todas continuam numa busca incessante a fim de entender o que acontece com os seres humanos, que mesmo tendo tudo, perdendo, recuperando, caindo, levantando, uns se abraçando, outros se beijando, trabalhando, estudando, vagabundeando, permanecem um tantinho insatisfeitos.
É uma interrogação que não passa.
Os filhos chegam para amenizar este incômodo.
E a gente vai levando.
Os animais de estimação, também.
Continuamos a levar.
Todos alcançamos uma idade com vasta bagagem nas costas e experiência de histórias boas e nem tão boas para contar. Desde o colega que se casou com a primeira namorada e nos contou de suas tatuagens, até os que ainda estão errando e acertando, caminhando, tentando, com desenhos pelo corpo, pinturas, ideogramas, cicatrizes ou não.
Amigas que levam livros para outras, mas que outras pedem um tempo para aquele tipo de leitura, amigos que já se foram, amigos que só pensam em sexo..., e por que não pensar nisso? Estamos vivos e é mais do que natural.
Colégio Veiga de Almeida Barra. MACVA, FECIART, Olimpíadas, professores inesquecíveis, muita gente conhecida e querida. O terreno foi vendido, a estrutura, de arquitetura tão moderna, derrubada, para dar vida a mais um shopping, quadradão, padronizado, de escritório de negócios a comércio.
Era o colégio mais diferente de todos da região e que formou cidadãos nada convencionais ou caretas. Ainda bem, pois o que seria de nós todos se nos tornássemos evidentes, chatos, boçais, enfadonhos, sem entusiasmo?
Mas se a gente ficar no seria ou no que foi, talvez não tivéssemos dado tantos passos para chegar até aqui, cada um com suas escolhas e arcando com suas consequências.
Faz bem saber...
A inteligência está em não se destruir e nós todos estamos inteiros.
Acontecendo o que tiver que acontecer, pela lei e pela lenda de 2012, o povo quer saber: Haverá lugar no barco de Alexandre Marques de Azevedo para abrigar todos nós?
Depois de Galápagos e Ilha de Páscoa, amplie sua embarcação, comandante!
Suas tábuas podem ser a nossa próxima salvação.
Porque cada hora é uma, cada minuto é único.
Pedra, papel, tesoura. Quem ganha e quem perde? Só jogando pra saber.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Miolos pra que te quiero

As incertezas que me afligem são duas:
Uma é trabalhar sem saber quanto vão lhe pagar, (aqueles típicos arranjos familiares que fogem amplamente de sua formação profissional e caem na camaradagem, na boa vontade, no espírito da comunhão, da ajuda mútua, mas que na verdade, todo mundo sabe que : quem dá a mão é pai, quem faz caridade é monge) e a segunda aflição seriam os casos de amor que não se concretizam em namoro.
São duas coisas estupidamente parecidas.
E que acontecem com muita gente adulta.
Faz alguns meses, aconteceu também comigo.
E como resolver?Deixar de lado, em banho maria, por conta do tempo e do clique na cabeça daqueles que lhe fizeram tal proposta ou ir de encontro aos fatos e esclarecer aos sujeitos em questão qual o real motivo perturbatório, que naturalmente só perturba um lado, o outro lado, nem percebe a consternação causada.
É uma dúvida cruel, e ela vai se arrastando se não for tomada uma atitude.
Mas qual atitude tomar depois que o pior acontece se o melhor já aconteceu e houve a ilusão de que aquilo que era bom continuaria?
O melhor momento é quando você diz sim, aceita e se atreve a fazer o que tem que ser feito.
O pior momento é ver que tudo o que se fez foi em vão, não houve retorno, só silêncio.
Daí deve vir o cuidado com seus miolos, seus neurônios, para que não haja ruídos na comunicação, mas como não haver?
Já houve! Um dos dois lados ou ambos os lados entenderam de forma diferente a mensagem e a comunicação acabou sendo interrompida.
Como fazer para ela retomar?
É preciso voltar lá no início de tudo, do primeiro contato à primeira ação e tornar claro o que ficou confuso.
Que horror.
Trimmmm.
Uma funcionária da empresa de meus irmãos acabou de telefonar pedindo mais dinheiro emprestado, porque eles são legais e bonzinhos e emprestam mesmo, enquanto que eu, não recebi até hoje por um serviço que fiz há dois meses na empresa de um de meus parentes.
Pediram para eu continuar... mas sem saber nem quanto vou ganhar?
Ora essa, e a cara de pau mandou um abraço ali na esquina.
Só rezando ou frequentando o CEMA(*), né?
((*)Centro Espírita Maria Angélica)
Depois de anos de ateísmo olha onde vim parar...
Até algumas leituras estão me confundindo ainda mais... Estou profundamente irritada com o livro : "Nossos filhos são espíritos", bestseller de Hermínio C. Miranda. No início a leitura desce, depois vai se instalando um nó na cuca, você olha pros lados e começa a perceber que todo mundo é meio zumbi... "Decifra-me ou te devoro."
Mas que saco. Quanto mais se vive, mas está difícil resolver algumas questões.
Dinheiro e amor... parentes, serpentes...
O que fazer com tanto cabelo castanho na cabeça?
De que adianta saber um monte de coisas, falo das causas e dos efeitos, se o outro lado pouca se importa ou nem quer saber?
Livros explicativos que não explicam nada. Um povo frequentando uma reunião e depois da palestra, cada um pra um lado, não se juntam, ninguém sabe o nome de ninguém.
Ah, sabe, estou por um triz para largar de mão isso também.
Ser humano... eu me enquadro... bando de malucos. Uns imitando os outros pra poder sobreviver.
A carne é fraca.
E o espírito ... santo.

sábado, 6 de novembro de 2010

Mudando a forma de pensar

Mudando a forma de escrever, a gente muda a forma de ser.
E eu gosto de mudar.
Tenho escrito coisas muito pessimistas.
Tudo bem que são influências do velho Buk e do tio Kafka, entre outros sábios revoltados.
Charles Bukowski... tem que ser diferente de todos os tipos de mulher existentes no Rio de Janeiro para gostar.
Por um lado é bom, pois provoco risos.
Pausa para uma risada.
Mas resolvi parar com essa onda de intelectual da poça de lama.
O lado positivo sempre vale mais.Se ontem fez sol e hoje o clima traz chuva, percebo que o ser humano é idêntico.
Bom humor e mau humor. Tudo relativo.
Um dia nossa cabeça está legal, no outro dia, não.
Ontem eu estava pensando que estava ótima, mas estava péssima.
Hoje acordei ao contrário.
Pausa para reflexão.
E vou tirar o dia para refletir, até a chuva passar.
Lembrando sempre para tomar cuidado com a rigidez e a teimosia, pois:
A poça seca e a lama endurece.