quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2011 está entrando no ar e as cigarras cantam com estridência


Só quando a noite cai é que chegam aos nossos ouvidos tropicais, milhares de sons agudos, os agudos das cigarras. Que cena...
Não me lembro se foi ontem à noite ou se foi hoje de manhã...
Ah! Já lembrei! Foi ontem à noite! Claro, atraída pela luz de um lustre aceso na sala, uma gigante, tamanho família, cigarra sabe-se lá macho ou fêmea, sobrevoou a varanda do apartamento, bateu na porta de correr envidraçada, caiu no chão, ficou lá um pouco zonza, um tanto estatelada, mas, não perdeu a pose, insistente, e do jeito típico de todos os insetos, levantou-se e invadiu novamente a porta que estava aberta e adentrou a casa. Cena pavorosa.
Seus zumbidos amedrontavam as mulheres que estavam jantando à mesa, aos homens não.
A cachorra e a gata, também moradoras do lar, esperavam para a queda da cigarra ao chão, curiosas para ver de perto o grande inseto, de asas e corpo gordo.
O animal, depois de muito se apavorar entre um lustre e outro, entre as paredes e quinas, caiu e a gata correu para ver de que história se tratava. Cena curiosa.
Ficaram ali, se observando, gata, cachorra e cigarra, até que a gata deu uma patada de leve na enorme asa, ao que fez a cigarra se estremecer toda e fugir enlouquecidamente dali.
O homem da casa a apanhou, alojada e escondida numa das pernas de uma cadeira da sala, e com toda a calma que só um homem tem, a levou até a varanda e soltou o inseto pelos ares.
Liberta a cigarra, a normalidade voltou àquela sala.
Se a cigarra estará bem hoje ou amanhã, não se sabe, mas ela já cumpriu seu papel em 2010. Que chegue o ano de 2011 e que ela nele se encaixe.
Viva esta etapa e vamos viver esta nova virada.
E é mais uma cena a começar.

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