De mim suor frio escorre e um tremor toda me prende. Mais verde que erva estou - e bem morta, por bem pouco, pareço... Mas tudo é para ousar... fr. 31 V
terça-feira, 20 de setembro de 2016
As voltas que a vida dá
Tenho incluído textos meus em outro espaço virtual dos sete blogs que possuo ao longo de dez anos.
Sim, que bem me lembre, comecei esta aventura em meados de 2006, logo que me matriculei num curso de Roteiro para TV e Cinema no Rio de Janeiro.
Criei e nomeei todos com nomes bem divertidos começando por este aqui, o meu maior xodó, chamado Safo.
Safo de Mitilene é também conhecida como Safo de Lesbos, e foi uma poetisa do século VI antes de Cristo. Nascida na Grécia, onde vivia na ilha de Lesbos, segundo uma das versões da história desta menina mulher guerreira, ela foi e é considerada a décima musa.
Safo viveu há 2.600 anos na Ilha de Lesbos, situada no Mar Egeu e sobre sua vida apenas conservamos poucos relatos.
Calcula-se o seu nascimento entre os anos 630 e 612, enquanto sua morte se fecha ao redor de 570 A/C, mas sua biografia apenas consegue tomar forma com uma vastíssima informação, pois não existe nenhuma fonte histórica contemporânea sobre sua vida e seus poemas.
Tudo o que sabemos dela procede de autores posteriores que não a conheceram diretamente.
E isto acaba contribuindo para rodear sua figura de uma nebulosa que a situa num caminho entre a realidade e a lenda, no qual não há sinal que possa aumentar o interesse sobre sua vida e sua obra ao longo dos séculos.
Grandes autores como Platão, Boccaccio, Baudelaire, Lord Byron, Ezra Pound ou Virginia Woolf sentiam por ela grande admiração.
Há suspeitas de que Safo nasceu na aldeia lesbia de Eresos, e que mais tarde se mudou para a capital Mitilene. Ela provavelmente procedia de uma família nobre, abastada. Seu pai seria um próspero comerciante de vinhos chamado Skamandar, e ela teria três irmãos, todos mais novos que ela.
Além de sua atividade literária e artística, Safo participou assiduamente de lutas políticas que tiveram lugar marcado em Lesbos, e enfrentou muito duramente o tirano Pítaco. Parece ter se implicado em uma conspiração para matá-lo, junto a Alceu e outros camaradas, mas que após terem sido descobertos, Pítaco ordenou que os expulsassem do território, sendo exilados. Isto ocorreu em torno do ano 593 A/C.
Após o exílio, Safo fundou uma espécie de escola ou academia, ao estilo de Platão, e lá era onde ensinava arte, canto, dança e literatura para um grupo de mulheres jovens ou adolescentes e as preparava para o casamento.
Parece que no ano de 1.073 D/C, o Papa Gregorio VII ordenou queimar todos os manuscritos com os poemas sáficos, considerados imorais e pecaminosos, e se perdeu para sempre uma parte de sua obra.
Diante do que restou de seus escritos, sabemos que Safo rendia cultos a Afrodite, a deusa do amor e da beleza. Sua poesia se caracteriza por suavidade, intimidade e sentimento. Os versos são tão apaixonados como simples, e deixam uma clara constância de sua atração e relação com outras mulheres, mas há de se registrar que Safo também teve muitos amantes masculinos, especialmente o poeta Alceu, de que fala em seus poemas.
Hoje, no nosso tempo, um colégio renomado e tradicional da cidade do Rio de Janeiro, o famoso Colégio Pedro II, informou aos jornais, revistas e toda a midia que o seu diretor está autorizando o uso de saias para homens como uniforme padrão; e sim, foi na data de hoje, dia 20 de setembro de 2016 D/C, que um diretor de escola começou a perceber a naturalidade e a possibilidade desta nova-velha tendência, o ser humano se vestindo ou se travestindo da maneira que quiser, pois isso não deve atrapalhar os estudos. Se uma coisa é uma coisa, e uma roupa, uma condição, um jeito diferente de ser, não interferir na estrutura acadêmica, no pensamento e no caráter, nos ensinamentos, na cultura, na matemática, na filosofia, na língua portuguesa ou estrangeira, nas ciências, na educação física, e nas demais matérias..., o que dizer da condenação de Safo naquela época?
Enfim, há muita história não revelada em torno de Safo.
Por isso quis homenageá-la aqui no meu espaço virtual.
O mundo e a vida dão voltas e sempre retornam ao mesmo ponto.
Jean Paul Sartre, Freud, Nietzche caem no mesmo tema da loucura da vida, param no ponto certo da reflexão onde o homem está condenado a ser livre.
Para mim, a humanidade está condenada a dar voltas no mesmo lugar.
Voltando aos blogs, além de Safo, também escrevo sobre o Futuro, num blog com este mesmo título.
E escrevo sobre três gerações de moças, entre os vinte, trinta e quarenta anos, no blog Na-Ne-Ni, em que seus nomes começam com a letra N e são fortes: Natália, Nefertiti e Nina.
Tudo muito pesquisado, pensado e repensado, porque tratar do universo feminino é assim, íntimo e particular.
Um mundo infinito e criativo, onde nós, do sexo frágil, nada somos e tudo somos: nos safamos.
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