terça-feira, 14 de agosto de 2012

Kalloni, Gera, Plomari, Ayassos, Eresos e Molyvos

Estava precisando disso. Fazia tempo não conseguia. Passei o dia na praia com um amigo. Enveredamos para Grumari, pertinho da Prainha, reduto de aventureiros, naturebas e surfistas do Rio de Janeiro. Bem ali, do lado de Grumari, há outro reduto, desta vez de naturistas, digamos assim, em português claro, uma praia de nudistas. Confesso, já estive em Tambaba, na Paraíba, lugar de sol, areia e mar, perto de Coqueirinho e Tabatinga, que recebe o ano todo turistas estrangeiros a fim de gozarem das delícias de se tomar banho e andar ao ar livre nus, como viemos ao mundo. Mas, na Paraíba, a coisa funciona bem. Do lado de lá tem pousada para abrigar as famílias e os casais que curtem um ventinho passando livre por toda a pele.
Na Paraíba não tem esculhambação, homens e mulheres sentem-se tranquilos ao entrar na praia de Tambaba, pois sabem que não serão incomodados e que poderão desfrutar, relaxados, das maravilhas de se curtir um sol, uma pedra, uma areia e um mar. Eles não terão a impressão de serem vigiados ou olhados como presas ou prendas de fim de tarde. Tem até quadra de voleyball ao ar livre em Tambaba. É engraçado ver o povo, descontraído, jogando, com todos os apetrechos e penduricalhos balançando. Afinal, nosso corpo cresce e certas coisas balançam mesmo. Já aqui no Rio, especificamente ao lado de Grumari, fica um reduto chamado Abricó. Praia cercada de pedras e de mar agitado, começou tímida como Tambaba, local familiar, de abrigo a turistas e curiosos, sem terceiras ou segundas intenções. Apenas concentrados em admirar e contemplar a natureza, com respeito e distanciamento; e aliás, com muita discrição. Em Abricó, vizinha de Grumari, atualmente não há serenidade. Vê-se um constante vai e vem de homens pra lá e pra cá, atravessando uma pedra, tirando a roupa e entrando mesmo para olhar, azarar, marcar território, marcar encontro, ficar em cima, ficar no pé, sem exageros, é tudo muito explícito, e pra mim, ali já deu.
Fui há um tempo remoto com um namorado e assim que chegamos, tal foi nossa surpresa, um mulato inconveniente sentou-se ao nosso lado pra bater papo, talvez achando que nós dois, casal heterossexual, estivéssemos ali naquela praia para procurarmos uma aventura extra e além-conjugal. Naturalmente nos sentimos muito mal, saímos dali e o mesmo mulato nos seguiu querendo continuar o papo. Foi a última vez que entrei nessa praia. Ficou claro que ali virou um reduto gay. Mas o engraçado e feio dos gays do sexo masculino é o menosprezo que sentem pelas mulheres, agindo de tal forma que elas não se sentem à vontade de frequentar aquela praia. Justamente porque virou literalmente um clubinho. Só entram homens, em geral, sozinhos. Desfilando entre outros também desacompanhados. Os casais não gays que por ali passam, dão meia volta e vão circular em areias vizinhas, pois entrar naquele território com suas namoradas parece ter se tornado uma agressão aos atuais frequentadores. Eu e meu amigo não entramos. Pensei com meus botões... a Ilha de Lesbos funcionaria assim?
As gregas antigas deveriam se incomodar com a presença de homens ou de casais heterossexuais? Será que elas eram agressivas, intimidatórias, com os visitantes? O que será que acontecia e por que não acontece mais nesses tempos modernos, digo, algo semelhante a uma invasão de lésbicas num canto de uma praia qualquer? E a força das mulheres nesse sentido? Por onde anda? Por onde andei? Por onde andou?

sábado, 4 de agosto de 2012

Babilônia e Babel

Saio com uma unha quebrada. Saio meio acabrunhada. Mas saio de pé, não saio deitada. Uma mente transtornada, um corpo esgotado, por uma coisa em vão? Tem guerras que valem a pena, outras, não. Quando há algo que ultrapassa os limites de uma saúde mental e física, é hora de navegar por outras lógicas matemáticas e financeiras. Fosse a guerra do Iraque, mas é a guerra do Paraguai. Há muita diferença entre uma e outra. O nível do ganho é infinitamente desproporcional ao lucro.
Em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos. Em qualquer triângulo retângulo, a hipotenusa é maior que qualquer um dos catetos, mas menor que a soma deles. O teorema de Pitágoras já teve muitas demonstrações publicadas. Não se sabe ao certo qual seria a demonstração utilizada por Pitágoras. Entretanto, muitos autores concordam que ela teria sido feita através da comparação de áreas. Esta demonstração se baseia na proporcionalidade dos lados de dois triângulos semelhantes. Pode-se chegar ao teorema de Pitágoras pelo estudo de como mudanças em um lado produzem mudanças na hipotenusa e usando um pouco de cálculo. É uma demonstração baseada na interpretação métrica do teorema, visto que usa comprimentos, não áreas. Matemática é difícil, não é pra qualquer um. Se num triângulo o quadrado em um dos lados for igual à soma dos quadrados construídos sobre os dois lados restantes do triângulo, o ângulo formado pelos dois lados restantes do triângulo é um ângulo reto. Talvez nenhuma outra relação geométrica seja tão utilizada em matemática como o teorema de Pitágoras. Ao longo dos séculos foram sendo registrados muitos problemas curiosos, cujas resoluções têm como base este famoso teorema.
E também, ao longo dos anos, sabemos que a probabillidade e a possibilidade de esbarrarmos no planeta Terra com pessoas que só nos chateiam é infinita. Por isso admiro as pessoas velhas. Haja muita paciência para viver num planeta onde a maioria da sociedade que nos rodeia fede. E nós temos que conviver com o fedor. O mundo não é um lugar justo. Por isso é o planeta Terra. Se fosse justo, seria outro, não a Terra. E as três lições mais importantes que a gente aprende e nunca pode esquecer, depois que adquirimos maturidade, são: há de haver harmonia, há de haver sabedoria e há de haver paciência. Mas quem as tem? Só e somente os admiráveis velhos. Admirável mundo novo? Bah!... Nheiro bem bonito... só pra defecar.