quarta-feira, 21 de março de 2012

Elas leem Nova, eles leem gibi do Cascão

Quase três meses sem escrever nada aqui. Blablablablabla.... Não por falta de assunto e sim, por mera vontade de ... STOP! ... parar um pouco com essa coisa de me expor. Mas como a gente não se expõe hoje em dia? Nas condições atuais, na modernidade cotidiana... Impossível essa "possibilidade". Daí 2011 acabou, passou um casamento, ponto, passou mais um Natal, pronto, outro Ano Novo, novo carnaval, uma excêntrica viagem, Punta... vale a pena conhecer e perambular de carro ao redor do balneário setentão. Sabe um paraíso escondido e perdido, preservado entre a arquitetura, a urbanização, o silêncio, a paz de espírito, a ventilação e os ares da década de 70? Imagine esse lugar. É, fica lá... em Del Este. A gente uruguaia é outra gente. Mais educada, mais quieta. Daí entra março, Brasil com suas trombetas avassaladoras; clamor. Tudo é grito: - O ano enfim começou, o ano enfim está andando, o verão passou e o outono dita as regras! Já está todo mundo se virando, porque o show não pode parar. E pra ficar mais bela para o show, faço o que toda mulher inteligente, moderna, antenada, preocupada e estressada precisa fazer para se sentir melhor. Salão de beleza, livros, graduação, pós-graduação, novo trabalho, nova terapia, massagem, limpeza de pele, yoga, meditação, canto, florais de Bach... aahhhh! Como assim? Chega de gastança e de invenções. Pior que não chega. De janeiro pra cá não tenho mais dedos para contar o que já fiz de matrícula aqui e ali. E ainda falta. Muito. Muita coisa.
Essa introdução foi só para encher linguiça e começar a falar sobre a única coisa que me motivou a escrever hoje aqui: Não, não foi o dinheiro! Antes fosse, neném! Neném no caso, homens. E como o são! Constatei isso no consultório dermatológico hoje à tarde. Inacreditável à primeira vista, aceitável depois de algumas horas de reflexão pós consulta. Diante da mesa de revistas na sala de recepção, como de praxe, havia inúmeras revistas femininas e nenhuma masculina. Eu estava lendo uma Nova. Oh. Pobres rapazes. Não podem ler Playboy para se distrair nem ao menos matérias sobre carros com motores possantes. Sobram as batidas revistas de política e economia, muito boas, porém nada atraentes em certas ocasiões. Revista Piauí? Não, não tem. Para as mulheres, tudo, absolutamente tudo sobre beleza, maquiagem, ginástica, dieta, moda, decoração, fofoca, sexo e afins. Mas eis que um moço, bem bonito e interessante, nem novo nem velho, no auge de seus trinta e poucos anos, encontra embaixo da mesa de vidro, junto de outras revistas femininas com modelos sexies nas capas, ó, ele encontra gibizinhos, exemplares da Turma da Mônica. Benditos sejam o Maurício de Souza e seus fãs dermatologistas. Ah, estranhei. Mas era porque eu estava no consultório do Dr. Azulay. E será que tem a ver Dr. Azulay com o extinto artista Daniel Azulay? Se sim ou não, entrei numa transe de achar que o cara bonito era débil mental por ter pego a pilha de revistinhas do Cascão e outros personagens e colocado em suas mãos todos, todos os exemplares. Ele se apoderou para não deixar nenhum paciente folhear nenhum exemplar. Mas quem faria isso? Ninguém. Comentei com minha esteticista assim que entrei em sua cabine. Ela riu, riu alto. Tudo bem, de repente ele era ilustrador, né? Aprendiz de cartunista, roteirista de quadrinhos, vai saber. Comparou minhas observações um tanto indignadas com as da Natalia Klein, a moça do blog e da série nacional mais divertida e comentada do momento: Adorável Psicose. Eu não estou entendendo estas novas tendências. As mulheres estão todas iguais. Os homens é que estão diferentes. Ler Nova é ridículo. Ler Cascão é que é original e genuíno. Parabéns, nenéns!